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Investigador sino-americano por cientista iraniano: EUA e Irão trocam prisioneiros

Investigador sino-americano por cientista iraniano: EUA e Irão trocam prisioneiros

Foi um raro acto de cooperação. A troca foi realizada este sábado em Zurique, na Suíça, o país que foi intermediário nas negociações.

O Irão e EUA realizaram este sábado, 7 de Dezembro, uma troca rara de prisioneiros: um investigador sino-americano, detido no Irão há três anos, foi trocado por um cientista iraniano detido nos EUA desde o ano passado.

O momento aconteceu em Zurique, na Suíça. A cidade é um dos pontos de ligação diplomática entre os EUA e o Irão, uma vez que a embaixada norte-americana na capital iraniana está encerrada desde 1979. Foi lá que os responsáveis iranianos entregaram o investigador Xiyue Wang, da Universidade de Princeton, que estava detido no Teerão desde 2016, e foi trocado pelo cientista Massoud Soleimani, que enfrentava a Justiça federal norte-americana.

O evento diplomático representa um acontecimento raro para os dois países e ocorre num momento em que Teerão enfrenta fortes sanções pelos norte-americanos. O país tem sido palco também de protestos, que já terão matado mais de 200 pessoas nas últimas semanas.

A rede social Twitter foi palco de comentários de vários políticos. O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, declarou-se “feliz pelo professor Massoud Soleimani e o senhor Xiyue Wang se juntarem às suas famílias em breve”, tendo também agradecido “a todos os envolvidos, em particular ao Governo suíço”. O presidente norte-americano Donald Trump também utilizou o Twitter para agradecer ao Irão o “acordo justo” notando, porém, que Xiyue Wang foi detido durante a administração de Barack Obama e "devolvido durante a administração de Trump"

Já o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, recordou que há mais americanos detidos no Irão. “Os EUA não vão parar até trazer todos os americanos detidos no Irão e em todo o mundo até às suas casas”, reforçou

Em 2016, Xiyue ​Wang foi sentenciado a dez anos de prisão no Irão por alegadamente se ter infiltrado no país e enviado material confidencial para o estrangeiro, acusações negadas pela Universidade de Princeton e pela família de Xiyue Wang. Já Soleimani, que trabalha na investigação de células estaminais, hematologia e medicina regenerativa, foi detido o ano passado pelas autoridades norte-americanas e acusado de violar as sanções comerciais aplicadas ao Irão, depois de ter tentado importar “material biológico” para o seu país.

A mulher de Xiyue Wang, Hua Qu, emitiu um comunicado em que se mostrou feliz por a sua família estar novamente completa. Numa entrevista de 2017 à estação televisiva NBC em 2017, Hua Qu tinha partilhado que o marido estava a lidar com depressão na prisão iraniana, em parte por não estar a ver o filho, que tinha dois anos quando Wang foi detido, a crescer. “O nosso filho Shaofan e eu esperámos três longos anos por este dia e é complicado expressar em palavras o quão entusiasmados estamos por nos reunirmos com Xiyue.”

PÚBLICO - Foto Participantes numa vígilia por Xiyue Wang na Universidade de Princeton, EUA, em 2017 Eduardo Munoz/Reuters
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