expresso.ptexpresso.pt - 15 nov. 16:20

Presidentes da Caixa e BPI em Moçambique para discutir presidente do BCI com supervisor

Presidentes da Caixa e BPI em Moçambique para discutir presidente do BCI com supervisor

O encontro, pedido por Paulo Macedo e Pablo Forero, destinou-se a colher sensibilidades sobre o próximo presidente executivo do Banco Comercial de Investimento (BCI) depois do afastamento do anterior CEO pelo Banco de Moçambique em agosto. Os presidentes da CGD e do BPI aproveitaram para reunir com as equipas do banco que controlam em Moçambique

Os presidentes da CGD, Paulo Macedo, e do BPI, Pablo Forero, deslocaram-se esta semana a Moçambique, onde controlam o Banco Comercial de Investimento (BCI). Um dos motivos da visita, que foi pedido pelos dois banqueiros ao governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, prende-se com a gestão futura daquele banco devido ao afastamento, em agosto, do antigo CEO por parte do banco central.

O BCI é detido maioritariamente pela CGD (mais de 61%) tendo como segundo acionista o BPI (mais de 35%) e a sua presidência executiva está a ser assegurada interinamente por José Carlos Furtado.

A inibição de Paulo Sousa, presidente executivo do BCI desde 2013, teve como base a existência de um conflito de interesses. De acordo com o banco central moçambicano, "o arguido (Paulo Sousa) agiu em conflito de interesses aquando da sua participação de apreciação e decisão da proposta de aquisição da Interbancos pela sociedades Interbancária de Moçambique (SIMO) " . Estas sociedades são plataformas de banca electrónica e caixas automáticas em Moçambique. Naquela altura, a CGD e o BPI, os dois acionistas de referência do BCI sublinharam que o banco moçambicano "não é parte" no processo que envolveu o ex-gestor.

O supervisor moçambicano aplicou-lhe uma coima de 200 mil meticais (cerca de €2900), inibindo-o de exercer cargos sociais e de funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras durante três anos. Uma decisão da qual o gestor recorreu. O Banco de Moçambique considera que o ex-presidente do BCI defendeu "simultaneamente os interesses da SIMO , na qualidade de administrador, e da Interbancos na qualidade de presidente do conselho de administração".

Banqueiros aproveitam para controlar operações

Nesta deslocação, tida como normal por parte dos dois bancos, os presidentes foram acompanhados por outros administradores e, além da audiência com o banco central, aproveitaram também para reunir com os quadros do banco, clientes, assim como para avaliarem o funcionamento das diversas áreas do banco, como os sistemas de informação e controlo de risco, concessão de crédito e outros negócios, afirmou fonte da CGD ao Expresso.

A CGD e o BPI não têm intenções de sair do mercado moçambicano, mas a CGD procura um parceiro para a operação, já que Bruxelas exige que o banco público reduza a sua participação em Moçambique até ao final de 2020.

Nas contas do terceiro trimestre da CGD cujos lucros ascenderam a €641 milhões, o BCI contribuiu com um resultado de €28 milhões para as contas do banco público.

Em 2018, o BCI registou um lucro de 56,8 milhões de euros (4.026 meticais), o que representou um crescimento de 62,7% face a 2017.

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