www.publico.ptpublico.pt - 15 nov. 19:00

Já pode provar rum maturado no fundo do mar na Madeira

Já pode provar rum maturado no fundo do mar na Madeira

Foram retiradas 242 garrafas que estavam submersas: já estão em terra e prontas a serem provadas. As 363 garrafas que ainda se encontram nas profundezas serão içadas no princípio do próximo ano.

O primeiro lote de 242 das 605 garrafas de “Rum Agrícola Madeira 970 Reserva” da Destilaria Engenhos do Norte que se encontram a maturar subaquaticamente desde Março na Marina da Quinta do Lorde, no Caniçal, foi esta sexta-feira retirado do mar.

“Hoje foram retiradas duas jaulas com 242 garrafas, a operação correu muito bem e, após a degustação, deparamo-nos com uma coisa fabulosa, estamos muito satisfeitos e é uma experiência para continuar”, diz o administrador da empresa Miguel Faria. “Resultou num rum muito apetecível, muito redondo, muito fácil de beber porque amadureceu”, acrescentou.

As garrafas submersas foram submetidas a temperaturas que variaram entre os 17 e os 24 graus Celsius e a vida animal que se apegou às garrafas será, agora, estudada pelo MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) com vista à elaboração de uma gargantilha narrando a experiência — as 363 que ainda se encontram nas profundezas serão içadas no princípio do próximo ano.

As 605 garrafas de “Rum Agrícola Madeira 970 Reserva”, da Destilaria Engenhos do Norte, acondicionadas em cinco jaulas metálicas, foram a 30 de Março lançadas no mar da Marina da Quinta do Lorde, no Caniçal, numa experiência apresentada, então, como inédita. Uma iniciativa da empresa J. Faria, proprietária da já quase centenária Destilaria Engenhos do Norte, fundada em 1927 na vila do Porto da Cruz, no concelho de Machico, na Madeira, em parceria com o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.

O objectivo é apurar a evolução das propriedades organolépticas (que impressionam os sentidos) do rum agrícola produzido pelos Engenhos do Norte numa maturação subaquática.

Cinco jaulas metálicas foram depositadas nas profundezas da entrada da Marina da Quinta do Lorde, duas das quais foram içadas e retiradas três meses depois. As restantes três permanecerão na água durante um ano. “Achamos que vai correr bem, vai ser uma experiência inédita ao nível do rum, porque fizemos uma pesquisa e, até à data, desconhecemos que tal experiência tenha já sido feita. Somos pioneiros”, disse, na altura, Miguel Faria, responsável pela empresa. “Fizemos o afundamento de cinco jaulas contendo um total de 605 garrafas nas águas límpidas da Marina da Quinta do Lorde, a uma profundidade que oscila entre os oito e os dez metros, com a intenção de aferir a evolução do rum quando submetido a estas condições experienciais.”

O rum produzido pela destilaria, que já mereceu vários prémios internacionais (medalhas de prata e de bronze em competições de bebidas espirituosas), é destinado, na sua maior parte, à exportação para o Reino Unido, França, Alemanha e Itália.

O rum depositado no oceano é o “970 Reserva”, obtido exclusivamente por fermentação alcoólica do sumo fresco de cana-de-açúcar e posterior destilação, estagiando durante seis anos em cascos de carvalho francês. Com a sua chaminé de 26 metros de altura, evidenciando-se na paisagem da pequena e pacata vila do Porto da Cruz, a Engenhos do Norte é um dos poucos exemplos de destilaria a operar na Madeira e a única com maquinaria a vapor que remete para os tempos da Revolução Industrial.

Segundo o IVBAM (Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira), em 2018 foram engarrafados 518.062,10 litros de Rum Agrícola Madeira, que gerou uma receita de 2.527.317,82 euros.

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