Bruno Vieira Amaral - 14 nov. 18:39
Vida de caixeiro-viajante
Vida de caixeiro-viajante
Uma crónica sobre o mundo tal como o desconhecemos, dos grandes temas da atualidade às questões insignificantes do quotidiano. Todas as quintas-feiras no Expresso Diário
Cheguei tarde à pousada e não tinha ninguém à minha espera. Era numa dessas terras nortenhas de encanto agreste e chuvoso. Liguei à responsável da pousada, que vivia numa aldeia das redondezas e que, por causa da exígua clientela, só vinha quando era chamada. Deu-me a chave e as boas-noites. Antes de entrar no carro, que o marido, com a impaciência masculina que causa acidentes e gera viúvas, não chegara a desligar, disse-me que se precisasse de alguma coisa bastava ligar-lhe, mas que nunca acontecia nada e também não seria desta vez. “O restaurante é ali”, disse-me da janela do carro, apontando para um estabelecimento que ficava de esquina e que, àquela hora, num dia de semana, quase não tinha freguesia. Duas ou três mesas ocupadas, nada mais.
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