www.publico.ptpublico.pt - 13 nov. 20:15

PJ de Vila Real deteve casal suspeito de explorar homem que vivia em condições “quase desumanas”

PJ de Vila Real deteve casal suspeito de explorar homem que vivia em condições “quase desumanas”

Os dois arguidos estão “fortemente indiciados” pela prática do crime de tráfico de pessoas, suspeitos de explorar o homem de 36 anos, aproveitando-se do “défice cognitivo” de que padece e “ficando com o rendimento do seu trabalho”.

A Polícia Judiciária (PJ) disse esta quarta-feira que o casal detido na cidade de Vila Real é suspeito de explorar um homem de 36 anos que vivia em “condições quase desumanas” num pequeno atrelado e tomava banho num tanque.

António Trogano, coordenador de investigação criminal da PJ de Vila Real, esclareceu que foi uma denúncia anónima que alertou esta polícia para o caso que culminou com a detenção, na terça-feira, de um casal de feirantes, de 46 e 50 anos.

“Chocou as condições degradantes, quase desumanas, em que este indivíduo vivia e de alguma ausência da comunidade em prestar-lhe algum apoio, mais não seja, denunciando às autoridades estas circunstâncias”, afirmou o responsável em conferência de imprensa.

“Vivia num reboque, num atrelado, e fazia a sua higiene pessoal num tanque existente nas proximidades desse reboque e era sujeito a um modo de vida muito precário”, frisou. O pequeno atrelado, tapado com uma lona, estava localizado num bairro da cidade de Vila Real.

Os dois arguidos estão, segundo a PJ, “fortemente indiciados” pela prática do crime de tráfico de pessoas, ou seja, são suspeitos de explorar o homem de 36 anos, aproveitando-se do “défice cognitivo” de que padece e “ficando com o rendimento do seu trabalho”.

A vítima trabalhava na agricultura, nomeadamente nas vindimas, poda ou apanha da castanha. “Os arguidos contratavam directamente com os empregadores e recebiam o salário que era devido à vítima. Isto ocorreu durante cerca de dois anos”, frisou.

Não há qualquer relação familiar entre os arguidos e o homem que é natural de Celorico de Basto. Após a detenção do casal, segundo o coordenador da PJ, a vítima foi conduzida para junto do seu agregado familiar.

“Que nós saibamos, não estava referenciado, nem era acompanhado por ninguém. Estava entregue aos arguidos que o exploravam e obtinham os rendimentos do seu trabalho”, referiu António Trogano.

Depois de ouvidos no Tribunal Judicial de Vila Real, os arguidos ficaram sujeitos à medida de coação de apresentações bissemanais às autoridades.

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