tek.sapo.pttek.sapo.pt - 13 nov. 15:37

Telecom Infra Project acelera implementação de tecnologias abertas e desafia modelo das redes de telecomunicações

Telecom Infra Project acelera implementação de tecnologias abertas e desafia modelo das redes de telecomunicações

O grupo que foi dinamizado pelo Facebook já conta com mais de 500 parceiros e as implementações comerciais das soluções de rede aberta começam a alargar-se. A Vodafone ...

O Telecom Infra Project começou há 3 anos e meio com meia dúzia de parceiros numa reunião em Menlo Park, no campus do Facebook, mas entretanto a iniciativa tem vindo a reunir apoios e participantes e já conta com mais de 500 membros, entre operadores, fabricantes, integradores,startups e implementadores de soluções de telecomunicações. Para além do Facebook fazem parte do grupo a Vodafone, a Telefonica, Telecom Italia, Intel, Qualcomm e muitas outras.

“Esta é a infraestrutura do futuro […] Estamos em mais de 100 países com testes no terreno e com soluções comerciais a serem lançadas”, sublinha Attilio Zani, diretor executivo do Telecom Infra Project (TIP), que realiza hoje e amanhã uma conferência em Amesterdão, na Holanda.

O grupo pretende promover a inovação na área das telecomunicações e reduzir custos dos equipamentos e da implementação. A base são interfaces abertos e a partilha de designs de referência dos equipamentos e soluções, e esta lógica está materializada em várias soluções, entre as quais a OpenRAN, a tecnologia que se apresenta como alternativa à tradicional rede de acesso rádio (radio access network - RAN) que são um dos componentes mais caros das redes de comunicações. Esta é uma área que tem sido dominada por fabricantes como a Nokia e a Ericsson, mas também a Huawei, e o TIP propõe agora alternativas que as operadoras como a Vodafone, Telefonica e TIM já estão a implementar em algumas zonas.

Através de tecnologias abertas o objetivo é levar conetividade aos mais de 3 mil milhões de pessoas no mundo que ainda não têm acesso a redes de comunicações, em zonas desfavorecidas e de baixa densidade populacional, mas progressivamente estender a utilização do OpenRAR a regiões suburbanas e mesmo a cidades, e o TIP Summit são vários os casos de estudo que mostram que isso é possível, com uma taxa de sucesso elevada.

“A conetividade transformou a nossa vida mas metade da população do mundo não está ainda ligada e os operadores têm desafios para garantir largura de banda e levar a infraestrutura a várias regiões do globo”, lembrou Attilio Zani, defendendo que para evitar o alargamento da divisão digital é preciso que as empresas colaborem.

“Nenhuma empresa pode fazer isto sozinha […] esta comunidade foi formada à volta desta missão e em pouco tempo a colaboração trouxe soluções tangíveis ao mercado”, sublinhou Attilio Zani na sessão de abertura da conferência.

Dos testes para a comercialização. E o início da massificação

A T-Systems International é um dos parceiros do projeto e Axel Clauberg, vice presidente e CTO da empresa, é também Presidente do TIP, estando com o grupo desde o primeiro momento. Apesar de reconhecer a evolução das soluções, e o desenvolvimento de produtos nos últimos 3 anos, o responsável lembra que é preciso agora passar dos testes no terreno a soluções em escala. “Ainda não estamos nessa fase”, admite, defendendo porém que o trabalho que tem sido feito pela Vodafone e a Telefónica é admirável, assim como toda a colaboração nos laboratórios TIP, criados já em várias partes do mundo.

“Chegará o momento em que podemos ter uma infraestrutura end to end com soluções TIP”, afirmou, garantindo que o objetivo não é definir novas normas e especificações mas apostar na implementação. Para facilitar o acesso aos produtos e soluções foi anunciado hoje um Marketplace, o TIP Exchange, onde os fabricantes podem colocar os seus produtos, com a garantia de que têm o selo de compatibilidade com as soluções TIP.

Atualmente já existem 12 laboratórios de desenvolvimento, os Community Labs, sendo que o primeiro foi criado em Menlo Park, no campus do Facebook, mas que se estendem à Itália, India, Reino Unido, Madrid e Brasil. “Os Community Labs são uma receita para o sucesso”, afirma. “O TIP está a tornar-se uma fábrica de soluções”, afirma, sublinhando que é necessário continuar a investir na integração.

Dos testes na América do Sul e África para a Europa

A Vodafone é uma das operadoras que está a acelerar a aposta nas soluções TIP e OpenRAR, também como forma de facilitar o caminho para o 5G. Yago Tenorio Head Network Strategy & Architecture na Vodafone anunciou que a empresa vai trazer a Tecnologia para a Europa, e que isso vai ajudar a ganhar volume e a escalar a tecnologia. A empresa já tinha anunciado que ia avançar com um teste no Reino Unido depois das redes que montou na Turquia, no Congo e Moçambique, mas agora junta também a Irlanda à lista. 2020 e 2021 são as metas para escalar estes serviços que vão começar em áreas rurais mas que vão ser progressivamente alargadas a áreas sub urbanas e urbanas, defendeu o executivo da Vodafone.

Para o 5G a Vodafone quer alinhar requisitos e promover a concorrência e desafiou o mercado a apresentar soluções, mas os fabricantes tradicionais não responderam, e entre as propostas foi a Samsung que se destacou.

Entretanto a Vodafone avançou com um concurso para toda a infraestrutura da empesa, o que é “uma grande oportunidade para o OpenRAN”, como sublinhou Yago Tenorio. São 14 países, 100 mil sites e mais de 400 milhões de pessoas cobertas, um sinal claro do envolvimento da operadora nesta tecnologia aberta.

A Telefónica também tem exemplos para mostrar, especialmente no Perú, com a Internet para todos, uma empresa especializada em acesso nas zonas rurais e que vende serviços em modelo wholesale, fundada pela Telefonica e o Facebook, com financiamento de vários fundos. David del Val LaTorre, diretor de investigação e desenvolvimento da Telefónica e membro da administração do TIP defende que é preciso mais e que é necessário fazer uma nova aproximação à conetividade, sugerindo que uma das boas soluções pode ser a utilização de sistemas não terrestres, como os satélites ou mesmo os balões, que podem trazer rede a zonas mais remotas, não só para ligar os “não ligados” como resolver problemas em situações de emergência.

A par da conferência o TIP Summit tem uma área de exposição onde estão presentes mais de 30 parceiros, com várias soluções de conetividade que se integram com diferentes tecnologias promovidas pelo TIP, como Wi-Fi, OpenCellular, OpenRAN 5GNR, vRAN Fronthaul, OOPT, Open Box Microwave, e conetividade não terrestre. O grupo está a promover a criação de novos grupos de trabalho e a alargar os convites para a participação de mais empresas e organizações que podam ajudar a alargar a lógica de conetividade aberta em mais locais.

Nota da Redação: O SAPO TEK está no TIP Summit a convite da organização.

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