visao.sapo.ptvisao.sapo.pt - 13 nov. 17:00

“Agenda” de Joacine Katar Moreira provoca incómodo no Livre

“Agenda” de Joacine Katar Moreira provoca incómodo no Livre

Programa do partido passou para segundo plano. Elementos do núcleo mais restrito da direção dão sinais de saturação pela constante necessidade de “apagar fogos” devido às polémicas em que Joacine tem estado envolvida. E recorde o seu primeiro dia enquanto deputado

O silêncio de Rui Tavares é um sintoma claro do incómodo que se sente entre alguns elementos do “grupo de contacto” (a direção) do Livre, desde que Joacine Katar Moreira ganhou palco mediático com a campanha eleitoral e, depois, com a eleição para a Assembleia da República. “Ele não tem nada a ver com esta mensagem” centrada, quase em exclusivo, no combate ao racismo e na luta feminista em que a deputada se tem focado, diz à VISÃO fonte próxima da direção, no âmbito de um perfil da deputada que pode ler na edição desta semana (nas bancas a partir desta quinta-feira).

Temas como a ecologia e o europeísmo, que o fundador Rui Tavares sempre fez questão de destacar como sendo centrais na agenda do partido, têm sido “esmagados” pelos ataques de que Katar Moreira tem sido alvo. Ataques que a levaram a concentrar energias nesse combate mais identitário, que acabaram por relegar para segundo plano um outro combate, o político, e que deram lugar à crítica interna: a primeira deputada do Livre tornou-se “dona da agenda” do partido, diz-se na cúpula do partido.

Para isso, conta uma fonte interna à VISÃO, contribuem também algumas atitudes de Joacine Katar Moreira. Por exemplo, a questão que fez de ter a primeira e última palavra a dizer na escolha da equipa que a vai assessorar nos próximos quatro anos no Parlamento ou a forma como vem desvalorizando os conselhos do núcleo duro (ainda que algo informal) do Livre, dedicado por estes dias a “apagar fogos”.

Joacine responde com a legitimidade que lhe advém das várias eleições que ultrapassou para chegar à Assembleia da República, a começar pelas primárias do Livre para a escolha do cabeça de lista por Lisboa. Foram os militantes que “escolheram uma ativista, académica, feminista que passou os últimos a dar palestras sobre igualdade, racismo e colonialismo”, diz à VISÃO, no seu novo gabinete, no Parlamento. Depois, para esvaziar a contestação interna, sublinha que o partido “não é homogéneo” e que “nem todos pensam da mesma maneira”. “Respeito o programa de um partido libertário, ecologista, progressista, mas a minha ��tica não tem de ser igual à vossa”, conclui.

Recorde aqui o primeiro dia de Joacine Katar Moreira como deputada.

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