www.jornaldenegocios.ptJosé Miguel Júdice - 23 out. 09:30

Partidos a esquadro e regra?

Partidos a esquadro e regra?

A minha tese é que seria mais sensato que os dirigentes partidários da direita passassem a gostar mais dos seus eleitores e com isso a falarem para o que eles querem e não para o que acham que os eleitores devem querer. Talvez isso reduza a abstenção.

Em Portugal há uma tendência cuja genética ainda não descobri: quando se pretende contrariar uma tese ou teoria, raras vezes se refere o autor ou autores da teoria criticada. O mundo não acabará por causa disso, mas torna o debate mais difícil. É que a reação natural de quem defendeu algo diferente costuma ser ficar calado, até pelo receio tão português de se pensar que se responder se estará a pôr nos bicos dos pés.

Vem isto a propósito de um artigo de

Se isso acontecer, será ainda mais evidente que o PSD é um partido tendencialmente social e de centro-direita e o CDS é um partido tendencialmente conservador e de direita. Agora chegam ao mercado um partido que será provavelmente de direita radical ou extrema, populista e antissistémico (o Chega) e um partido (Iniciativa Liberal) que pretende ocupar o espaço liberal que desde 1974 não foi ocupado (a ponto de alguns politólogos, sabe Deus a razão, acharem que não tem hipótese em Portugal).

A história da direita em Portugal foi sempre a da ilusão dos "liberais" em conquistarem o PSD e/ou o CDS e, não o conseguindo, acabarem irrelevantes. O meu querido e saudoso amigo Francisco Lucas Pires, quer no CDS quer depois no PSD, é um "óbvio ululante" exemplo desta minha tese. Ele foi o mais liberal dos políticos portugueses. E, curiosamente, um dos mais populares no seu tempo… antes de aceitar o presente envenenado de Amaro da Costa para passar a vice-presidente do CDS e ser "normalizado".

Gostaria que o mesmo não acontecesse a Adolfo Mesquita Nunes, a António Pires de Lima e a muitos outros que no CDS e PSD se sentiriam melhor com eles do que com Rui Rio ou Xicão.

Claro que posso estar errado e, no início de 2020, os liberais de cada um dos partidos ganharem aos outros. Pode ser. Mas servirá para alguma coisa?

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