vidaeconomica.pt - 23 out. 15:40
“Mercado português de camiões é muito competitivo”
“Mercado português de camiões é muito competitivo”
Portugal foi escolhido como primeiro mercado da Europa ocidental onde a Ford Trucks está representada de forma direta, através da OneShop. Há vários anos que a Ford não comercializa camiões em Portugal e, agora, escolheu o nosso país para ser um balão de ensaio para a venda e assistência dos seus pesados na Europa Ocidental. Por outro lado, esta opção da marca ganha relevo, já que a Ford Trucks Portugal é a primeira marca de pesados a entrar no mercado nacional, em cerca de 20 anos. “Portugal, embora seja um mercado pequeno, é um mercado muito competitivo e onde todas as marcas estão representadas de forma bastante profissional”, refere, em entrevista à “Vida Económica”, o diretor-geral da Ford Trucks Portugal, Bruno Oliveira.
Vida Económica – A Ford há muitos anos que não comercializa camiões na Europa Ocidental. Como foi a preparação em termos de rede de venda e assistência?
Bruno Oliveira – Sem dúvida. A Ford deixou Portugal há alguns anos e felizmente com um ótimo legado. Atualmente, regressa como um fabricante extremamente focado no desenvolvimento de veículos e tecnologia especificamente para os mercados europeus. Vamos distribuir estrategicamente a rede pelo nosso país, dando prioridade às zonas com maior densidade de veículos pesados. Já temos definidos os pontos de Lisboa, Leira e Algarve. Porto e Viseu serão os próximos alvos.
VE – Portugal foi escolhido como primeiro mercado da Europa Ocidental onde a marca está diretamente representada. Porquê?
BO – Portugal, embora seja um mercado pequeno, é um mercado muito competitivo e onde todas as marcas estão representadas de forma bastante profissional.
VE – Esta opção da marca ganha relevo, já que a Ford Trucks Portugal é a primeira marca de pesados a entrar no mercado nacional, em cerca de 20 anos. O mercado português tem particularidades que interessam à marca?
BO – Sim. Ao contrário dos veículos ligeiros, onde é mais frequente a entrada e saída de marcas, nos veículos pesados tudo tem acontecido de forma menos dinâmica. No nosso entender, existe espaço para mais um player no mercado português. Acreditamos que a nossa entrada será uma mais-valia para o mercado. O nosso mercado, devido à sua competitividade, interessa a qualquer marca. Arrisco-me a dizer que uma marca que funcione bem no nosso mercado está preparada para funcionar bem em qualquer país da Europa. Por outro lado, o nosso país tem uma posição geográfica chave entre o continente africano e a Europa.
VE – Onde serão os vossos pontos de venda e assistência?
BO – Temos a nossa sede em Alverca do Ribatejo, onde está também o concessionário com serviços de vendas e após-venda. No próximo ano iremos estar presentes em Leira, Porto e Algarve. Viseu ficará para 2021.
VE – Como ligarão com a rede europeia da marca?
BO – A rede de assistência Ford Trucks está presente em praticamente toda a Europa, e todos estamos conectados através de um serviço de assistência 24 horas.
VE – Quanto ao F-MAX, que foi considerado “International Truck of the Year”, quais as expectativas para o camião?
BO – Aproveitando os 59 anos de experiência na produção de veículos pesados, a Ford apresentou em 2018 o F-MAX, um veículo extremamente evoluído que proporciona em simultâneo performance, “comfort” e tecnologia. Para além do ITOY, que muito nos motiva, este mês foi também considerado “Russian Truck of the Year 2019 Award Winner”.
VE – A gama de camiões da Ford Trucks terá mais modelos em Portugal?
BO – Sim. Vamos estar presentes no segmento da distribuição e aplicações especiais, construção e longo curso acima das 18 toneladas.
VE – Pretendem criar algum relacionamento com a rede de ligeiros da Ford, no sentido de ter, também, oferta de comerciais ligeiros?
BO – Trata-se de negócios diferentes com poucos pontos em comum. No entanto, estaremos disponíveis para colaborar sempre que for oportuno.
VE – Este mercado é, ainda mais do que o dos ligeiros, de fidelização dos clientes. Que estratégia pretendem seguir?
BO – A nossa estratégia está suportada em três vetores que no nosso entender são estratégicos: equipa com bastante experiência do negócio dos veículos pesados, proximidade com os clientes e qualidade dos veículos e serviços associados. Referindo o Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio-termo. Ou fazemos bem feito ou não fazemos”. É este o nosso lema.