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Estes são os três grandes desafios das empresas familiares

Estes são os três grandes desafios das empresas familiares

Estudos recentes apontam que apenas uma em cada duas empresas familiares conseguem fazer com sucesso ma passagem da 1.ª para 2.ª geração e apenas uma em cada cinco chega à 3.ª geração.

Metade das empresas familiares morre na passagem da primeira para a segunda geração e só uma em cada cinco chega à terceira geração, sendo a sucessão, escala e produtividade os “grandes desafios”, afirmou esta quarta-feira o presidente do IAPMEI.

Falando durante o III Fórum das Empresas Familiares, que decorre esta quarta-feira na Maia, o presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, Nuno Mangas, destacou a “importância e relevância” destas empresas em Portugal, onde “três quartos das empresas são de matriz familiar” e respondem “por cerca de metade do emprego e de dois terços do PIB [produto interno bruto]”.

“São empresas muito diversificadas, algumas são grandes empresas internacionalizadas, mas também há médias e pequenas empresas, de diversos setores de atividade”, disse.

Citando estudos recentes que apontam que “apenas uma em cada duas [empresas familiares] conseguem fazer com sucesso a passagem da primeira para segunda geração e apenas uma em cada cinco chega à terceira geração”, o presidente do IAPMEI apontou a questão da sucessão familiar como um dos “grandes desafios” que se colocam a estas unidades.

A necessidade de aumento de escala e consequente melhoria da produtividade são outros dos fatores de sucesso destacados por Nuno Mangas.

Para a presidente executiva da TMG Automotive e membro do conselho superior da Associação de Empresas Familiares (AEF) Isabel Folhadela Furtado, o peso das empresas familiares no tecido empresarial português “não deve assustar”, já que estas são “a grande riqueza do tecido económico de cada país” e, “universalmente, a maioria das empresas são inicialmente familiares, mesmo em países como os EUA e o Japão”.

“A maior empresa do mundo é familiar (a cadeia norte-americana de ‘department stores’ Walmart), mas tanto podem ser muito grandes como muito pequenas empresas, o que todas partilham é a raiz familiar, o que as torna únicas”, sustentou.

Para Isabel Furtado, a “chave do sucesso” das empresas familiares é a “perceção de continuidade” que apresentam, sendo a administração destas unidades “feita para assegurar a passagem à geração seguinte”, o que se traduz numa “gestão mais equilibrada entre o curto/longo prazo”.

“As empresas familiares apresentam um forte compromisso entre família e empresa, são incubadoras naturais de uma cultura empreendedora, impulsionam a próxima geração de empreendedores, são reconhecidas pela manutenção de relações interpessoais, de confiança e duradouras com os ‘stakeholders’ (mercado, bancos, clientes, fornecedores, colaboradores e a comunidade em que operam) e pela continuidade do conhecimento, confiabilidade e importância da reputação”, destacou.

Num contexto em que “70% das empresas familiares morrem na transição e, muitas vezes, por uma questão de sucessão”, Isabel Folhadela Furtado aponta como “grandes desafios” a profissionalização da gestão e o desenvolvimento de um modelo de ‘corporate governance’ “eficaz, moderno e transparente”.

Porque empresas não podem ser o ‘selfservice’ da família, é preciso regras para definir o que é família e o que é empresa, é preciso criar um modelo de ‘governance’ e um plano de sucessão para preparação da geração seguinte”, defendeu.

Uma opinião corroborada pelo presidente executivo da efconsulting, António Nogueira da Costa, que na sua intervenção no fórum corroborou que as empresas familiares beneficiariam da instituição de um regime jurídico do governo da família empresária (‘family governance’), focado em garantir as boas práticas de governação e com a criação de órgãos próprios de governo como a Assembleia de Família e o Conselho de Família.

“As empresas familiares são essenciais para o desenvolvimento económico de qualquer economia. A família empresária existe e tem influência, que deve ser institucionalizada, e o grande desafio é racionalizar a emotividade nas decisões”, rematou.

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