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​Bebé sem rosto. Ordem dos Médicos admite que confiança dos portugueses sai abalada

​Bebé sem rosto. Ordem dos Médicos admite que confiança dos portugueses sai abalada

Bastonário quer esclarecimentos por parte do Conselho de Disciplina da Ordem sobre queixas relacionadas com médico, que acompanhou a gravidez da mãe de Rodrigo, mas ainda não há conclusões.

O bastonário da Ordem dos Médicos admite que casos como o do bebé sem rosto, que nasceu sem que o obstetra detetasse as malformações, abalam a confiança dos portugueses.

No entanto, diz Miguel Guimarães, as estatísticas garantem que os pacientes podem e devem continuar a confiar nos especialistas.

“Os portugueses têm todos os motivos para continuar a ter confiança nos seus médicos e em especial nos seus obstetras. Continuamos a ter uma taxa de mortalidade infantil e de complicações graves nos nascimentos muito inferior à da média na União Europeia”, refere à Renascença.

Miguel Guimarães considera ainda que casos como este são “graves e que têm de ser analisados e dos quais se devem tirar consequências”.

O bastonário quer ainda esclarecimentos por parte do Conselho de Disciplina da Ordem sobre as queixas que chegaram há já vários anos e sobre as quais ainda não se pronunciaram.

“Não tive nenhuma explicação porque é que o conselho disciplinar tinha processos desde 2013 até agora e ainda não estavam concluídos. Podiam não estar concluídos todos ao mesmo tempo, mas estar concluído um ou outro, pelo menos. Aparentemente nenhum deles tinha ainda uma conclusão final e eu vou ter que ter essa explicação”, disse Miguel Guimarães, acrescentando que já pediu “intervenção do Conselho Superior que é quem tem tutela sob os conselhos disciplinares”.

Segundo a Ordem, o obstetra em causa tem quatro processos em instrução no conselho disciplinar sul da Ordem.

No dia 7 de outubro, nasceu no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio. A mãe da criança fez três ecografias sem que as malformações tivessem sido detetadas.

Os pais apresentaram queixa ao Ministério Público contra o médico e o Hospital de São Bernardo abriu um inquérito.

Já a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu não abrir um inquérito autónomo a este caso, mas acompanha o inquérito instaurado pelo Centro Hospitalar de Setúbal.

"O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal deliberou a abertura de processo de Inquérito sobre as circunstâncias noticiadas, pelo que, a IGAS apenas fará o acompanhamento do desenvolvimento do inquérito instaurado" pelo centro hospitalar, refere uma resposta da Inspeção enviada à agência Lusa.

[notícia atualizada às 12h09]

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