Joaquim Aguiar - 21 out. 20:40
Interiorizar o exterior
Interiorizar o exterior
Em Portugal, houve crescimento económico e convergência com as economias mais desenvolvidas enquanto houve impulsos externos que alargaram a escala dos mercados e atraíram investimentos externos.
A FRASE...
"Entre 1960 e meados dos anos 90, o PIB per capita português, em percentagem da UE15, exibiu uma trajectória ascendente, traduzindo-se num longo período de convergência real. Primeiro com a EFTA (e apesar da guerra colonial), depois com a integração europeia e o alargamento da escala de oportunidades (em mercados e em fundos comunitários, e apesar do fim do império). Até que, depois de 1995, o retorno a uma lógica interna de políticas distributivas não só fez enfraquecer o estímulo externo como gerou uma crise de endividamento público e privado, dois factores que interromperam o processo de convergência.
O que se passou em Portugal mostra o que realmente está contido nas promessas do nacionalismo populista: quando uma sociedade e uma economia se fecham no seu interior perdem o efeito de modernização que resulta da interiorização do exterior, da utilização dos impulsos externos para modernizar o interior. O nacionalismo populista implica o autoritarismo político, mas já não haverá crescimento ou convergência.
Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
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