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Marielle e três outros ativistas brasileiros nomeados para prémio Sakharov

Marielle e três outros ativistas brasileiros nomeados para prémio Sakharov

Galardão europeu premeia, todos os anos, indivíduos e organizações que se destacam na defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

A ativista brasileira Marielle Franco, a líder indígena Raoni Metuktire, a ambientalista Claudelice Santos e o político Jean Wyllys são quatro dos nomeados para o prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu aos defensores dos direitos humanos.

O prémio Sakharov do Parlamento Europeu (PE) premeia, todos os anos, indivíduos e organizações que se destacam na defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

Este ano, a lista de nomeados - que são propostos pelas bancadas parlamentares ou por grupos de eurodeputados - é, então, composta por estes quatro brasileiros, segundo informação enviada à agência Lusa.

Uma delas é Marielle Franco, defensora brasileira dos direitos humanos, nomeadamente da comunidade negra, das mulheres e das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais (LGBTI), que foi brutalmente assassinada em março de 2018.

O caso judicial referente à morte de Marielle - que foi nomeada pelos socialistas europeus, pela Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde e pelos Verdes europeus - ainda continua aberto.

Outro nomeado pelos Verdes foi o político e jornalista Jean Wyllys, que se tornou, em 2010, no primeiro ativista homossexual no congresso brasileiro.

Jean Wyllys de Matos Santos apresentou, durante dois mandatos, leis sobre questões como o casamento homossexual, a legalização do aborto, a regulamentação do trabalho sexual, a de identidade de género e legalização da canábis.

Em janeiro deste ano, foi reeleito, mas não assumiu o cargo e deixou o Brasil por ameaças de morte.

Já nomeada pelos socialistas europeus e pela esquerda europeia foi a líder indígena brasileira Raoni Metuktire, de 89 anos, conhecida internacionalmente pela luta pela preservação da Amazónia e dos costumes dos povos indígenas.

Outra brasileira nomeada foi a ambientalista Claudelice Silva dos Santos, que ficou conhecida por ser uma voz em prol do clima e da justiça ao denunciar o assassinato do seu irmão e da sua cunhada em ações de combate à desflorestação da floresta amazónica.

Da lista de nomeados, faz também parte o ativista político russo Alexei Anatolievich Navalny, principal opositor de Vladmir Putin, nome que foi escolhido pelo Partido Popular Europeu.

O grupo parlamentar Renovar a Europa nomeou o economista chinês Ilham Tohti, conhecido pela luta pelos direitos da minoria uigure e pela defesa da implementação de leis regionais de autonomia.

Por seu lado, os Reformistas e Conservadores Europeus nomearam o grupo The Restorers, composto por cinco estudantes do Quénia (Stacy Owino, Cynthia Otieno, Purity Achieng, Mascrine Atieno e Ivy Akinyi), que desenvolveram uma aplicação móvel (o i-Cut) para promover a luta contra a mutilação genital feminina.

Caberá, agora, às comissões parlamentares de Assuntos Externos e de Desenvolvimento escolher três finalistas até início de outubro, sendo que o premiado será escolhido, no final desse mês, em Conferência de Presidentes, estrutura que junta o líder do PE e dos partidos políticos representados na assembleia europeia.

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi criado em 1985 e teve esta designação em honra do dissidente e cientista soviético Andrei Sakharov.

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