observador.ptobservador.pt - 23 jul. 14:56

Live Nation colocou bilhetes de concertos diretamente em sites de revenda para fazer subir os preços

Live Nation colocou bilhetes de concertos diretamente em sites de revenda para fazer subir os preços

Promotora que opera a nível internacional confessou a operação à revista Billboard. Entre 2016 e 2017, dezenas de milhares de bilhetes nunca passaram pelas bilheteiras normais.

A empresa de entretenimento Live Nation, que além de gerir carreiras de artistas e de administrar salas de espectáculos (ou festivais, como o Rock in Rio, do qual é proprietária em 50%), também é responsável pela emissão e venda de bilhetes, colocou entradas para concertos diretamente em sites de revenda antes dos disponibilizar a valor de mercado nas bilheteiras normais. A informação foi admitida pelo presidente da divisão de concertos nos EUA, Bob Roux, num telefonema com Tony DiCioccio, membro da entourage que gere as digressões e o merchandise dos Metallica.

Nesse telefonema, a que a revista Billboard teve acesso e que motivou a investigação por parte da publicação americana, DiCioccio pede ajuda a Roux para que este consiga vender 88 mil bilhetes dos Metallica em sites de revenda, como o popular StubHub, para aumentar as margens de lucro, que reverteriam depois a favor do promotor e da banda. Como aponta o site Vox, os músicos afirmam não ter conhecimento deste esquema, que de acordo com a própria Live Nation (que entretanto prestou esclarecimentos sobre o caso), terá acontecido entre 2016 e 2017 com “cerca de uma dúzia de artistas”.

Os casos terão acontecido sobretudo a pedido do management dos artistas, mas entretanto terão “diminuído praticamente para zero” porque outras formas de aumentar o lucro dos concertos ganharam popularidade, como os lugares premium ou pacotes VIP que incluem meet’n’greets (que se traduz em algo como “conhecer o artista”), por exemplo. A Live Nation diz que estes métodos de venda permitem colocar os bilhetes disponíveis “ao real preço de mercado”, que pode rondar valores como os 500 euros, como aconteceu nas datas mais recentes de Taylor Swift, por exemplo.

Não será tanto a legalidade da operação que está em causa (essa verificação envolve mais variáveis que não apenas os sites de revenda, que são autorizados a operar), mas antes a forma como os fãs de um artista ou de uma banda entendem a decisão de quem gere as carreiras dos músicos em colocar os bilhetes mais caros que seria suposto. No caso dos Metallica, por exemplo (e como o Vox aponta), este método deu muito pouco lucro extra. Foram colocados nestes sites 4400 bilhetes de 20 datas, mas não foram todos vendidos.

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