observador.ptobservador.pt - 23 jul. 19:41

Timmermans critica alinhamento do PPE com Polónia e Hungria

Timmermans critica alinhamento do PPE com Polónia e Hungria

Socialista criticou os países liderados pelo PPE que vetaram, em conjunto com a Holanda e a Polónia, a sua nomeação para a presidência da Comissão Europeia. Os dois países mencionados já reagiram.

O socialista holandês Frans Timmermans criticou esta terça-feira os Estados-membros liderados por Governos do Partido Popular Europeu (PPE) que se alinharam com a Polónia e a Hungria para ‘vetar’ a sua nomeação como presidente da Comissão Europeia.

“Não posso dizer que estou exultante. Claro que é desapontante quando não és eleito presidente da Comissão Europeia, mas são os países que decidem o que pensam que é do seu interesse”, afirmou o ainda primeiro vice-presidente do executivo comunitário, naquela que foi a sua primeira reação pública em Bruxelas ao ‘veto’ que o impediu de chegar à presidência da Comissão Europeia.

Frans Timmermans apontou as suas críticas “especialmente a um número de países liderados pelo PPE que decidiram seguir a fundamentação que foi apresentada pelos primeiros-ministros de Polónia e Hungria”.

O polaco Mateusz Morawiecki e o húngaro Viktor Orbán, juntamente com os seus parceiros do Grupo de Visegrado — República Checa e Eslováquia – consideraram inadmissível que aquele que é o principal ‘rosto’ de Bruxelas nos ‘braços de ferro’ com Polónia e Hungria, devido às alegadas violações ao Estado de direito naqueles países, fosse nomeado presidente da Comissão Europeia.

Este ‘veto’ foi posteriormente secundado por primeiros-ministros do PPE, que não quiseram ‘entregar’ o principal cargo de topo da União Europeia a um socialista.

Apesar de ter ‘falhado’ por pouco a nomeação, na cimeira que se prolongou durante três dias em Bruxelas e que resultou na indigitação da alemã Ursula Von der Leyen pelo Conselho Europeu, aquele que foi o ‘spitzenkandidat’ (termo alemão para candidato principal) dos socialistas europeus na corrida à presidência do executivo comunitário prometeu ser leal à presidente eleita na semana passada pelo Parlamento Europeu.

“Perguntem a Jean-Claude Juncker [atual presidente da Comissão], a Mark Rutte [primeiro-ministro holandês], às pessoas com quem trabalhei. Sou um pensador independente, mas na política sou muito leal. Sou leal porque acredito no sistema, apesar de este precisar de ser reformado. E sou leal a primeiros-ministros e presidentes se trabalhar com eles e essa tem sido a minha atitude durante toda a minha carreira”, vincou.

Timmermans disse ter reconhecido no discurso que Ursula Von der Leyen proferiu diante do Parlamento Europeu (PE) há uma semana “muitas das políticas” que constavam no ‘seu’ programa eleitoral.

“Do ponto de vista do programa que discutiu com o PE, e com base no qual foi eleita, penso que este contém elementos muito positivos para a minha família política. Estou satisfeito por poder levar a cabo essas políticas enquanto membro da Comissão Von der Leyen. Falta tomar decisões quanto aos portfolios, mas tendo em conta o conteúdo das políticas apresentadas na semana passada devo dizer que são coisas que escrevemos na nossa plataforma para a campanha”, pontuou.

O holandês salientou ainda a atitude positiva da família socialista, a segunda maior da assembleia europeia depois da do PPE, o grupo ao qual pertence a nova presidente.

“Houve delegações dentro da minha família que votaram contra a senhora Von der Leyen por princípio, por apoiarem o sistema dos ‘sptiztenkandidaten’, mas que ao mesmo tempo saudaram aquilo que ela disse sobre o programa que quer aplicar quando for presidente da Comissão”, acrescentou, considerando que espera que tal atitude possa “gerar um trabalho frutífero e positivo nos próximos anos”.

A nova Comissão Europeia, encabeçada por Von der Leyen e na qual Timmermans desempenhará o papel de vice-presidente executivo, entrará em funções em 01 de novembro.

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