desporto.sapo.ptdesporto.sapo.pt - 23 jul. 18:18

A evolução da 'loucura' no mercado de transferências: de Maradona a Figo, passando por Ronaldo, Félix e Neymar

A evolução da 'loucura' no mercado de transferências: de Maradona a Figo, passando por Ronaldo, Félix e Neymar

Os 222 milhões de euros pagos pelo Paris Saint-Germain ao Barcelona em 2017 para ter Neymar continuam a ser o recorde gasto por um jogador de futebol. O ...

Os 222 milhões de euros pagos pelo Paris Saint-Germain ao Barcelona em 2017 para ter Neymar continuam a ser o recorde gasto por um jogador de futebol. O emblema parisiense não teve dificuldades em bater a cláusula de rescisão do brasileiro, tornando Neymar no jogador mais caro de sempre.

O valor veio confirmar uma tendência recente: com cada vez mais receitas e num mercado cada vez mais 'louco', os grandes clubes não hesitado na hora de dotar os seus planteis com os melhores jogadores. Os emblemas ingleses são os que mais gastam mas são o PSG de França e o Real Madrid e Barcelona de Espanha os clubes que têm batido recordes ultimamente. Ainda neste mês de julho, o Atlético Madrid não teve problemas em bater a cláusula de rescisão do jovem português João Félix, com o Benfica a receber 127 milhões de euros. O Barcelona pagou 120 milhões de euros por Griezmann, Hazard custou 100 ME ao Real Madrid.

Verão quente em Madrid. Colchoneros deram 127 ME por João Félix Verão quente em Madrid. Colchoneros deram 127 ME por João Félix créditos: PHILIPPE MARCOU / AFP Maradona deu o mote para as transferências milionárias

O jornal 'Marca' recuou no tempo e foi fazer as contas às transferências milionárias em cada ano. Desde os anos 80 que o mundo do futebol tem vindo a movimentar quantias exorbitantes de dinheiro. Tudo começou com Diego Armando Maradona, um dos melhores jogadores de sempre.

Nos anos 80, 'El Pibe' foi o único jogador a ocupar as duas primeiras posições no ranking dos jogadores mais caros de sempre por três vezes ocupou três lugares do top-ten dos mais caros da história do futebol: em 1981 o Boca Juniors pagou 1,25 milhões de euros aos Argentinos Juniors pelo seu passe; o Barcelona pagou oito milhões de euros ao Boca para ter 'El Pibe', o Nápoles desembolsou 17 milhões de euros para o tirar da Catalunha.

Os loucos anos da Série A e uma pequena intromissão de Espanha e Inglaterra

Na primeira metade da década de 90 os emblemas italianos começaram a dominar o mercado de transferências. A Serie A era a melhor liga do Mundo e quase todos gastavam. A Juventus começou por bater o recorde da altura, ao pagar 16 milhões de euros à Sampdoria em 1991/1992 para ter Gianluca Vialli. A 'escala' rebentou pouco temp depois, no mesmo verão, com Pancev e Shalimov no Inter Milão e Papin no AC Milan, todos por 12 milhões de euros cada. Todos eles, recordes do Mundo. Um ano antes, Aldair tinha assinado pela AS Roma por nove milhões de euros, tornando-se no defesa mais caro de sempre.

Foi também no louco verão de 1992 que o Real Madrid apareceu pela primeira vez nos mais gastadores ao pagar nove milhões de euros ao Estrela Vermelha de Belgrado para contratar Robert Prosinecki. Dois anos depois o Valência entrou na lista ao pagar 14 milhões ao Partizan de Belgrado por Pedja Mijatovic. O Barça não quis ficar atrás e desembolsou 12 milhões de euros para ter o brasileiro Romário.

Romário em ação pelo Barcelona Romário em ação pelo Barcelona

A primeira divisão de Inglaterra fez uma aproximação tímida, quando o Liverpool pagou 13 milhões por Stan Collymore e o Newcastle transformou Alan Shearer no mais caro de sempre, ao pagar 21 milhões de euros para ter o temível avançado.

Mas a Itália continuava a ser a 'rainha' do mercado, como mostram as investidas nos finais do século XX. A Lazio não teve problemas em investir 29 milhões de euros em Christian Vieri, o Inter Milão desembolsou 28 ME no brasileiro Ronaldo, 30 pelo argentino Juan Sebastian Verón e 24 pelo holandês Clarence Seedorf. O Parma deu 28 milhões de euros pelo avançado Amoroso, a AS Roma investiu 25 ME em Montella e o AC Milan foi até à Ucrânia tirar Shevchenko do Dínamo Kiev por 23 ME.

A surpresa Denilson e um intruso chamado Bétis antes dos galáticos do Real Madrid

E, quando menos se esperava, Manuel Ruiz de Lopera, presidente do Bétis, 'perdeu a cabeça' e foi até São Paulo contratar o fantasista Denilson por 31,5 milhões de euros, transformando o extremo no jogador mais caro de sempre, isto em 1998.

É o Real Madrid quem vai abrir as hostilidades no século XXI, com a era dos galáticos. Começou com Luís Figo, que trocou o Barcelona pelos merengues por 60 milhões de euros. Nunca se tinha pago tanto por um futebolista. A era dos galáticos tem o 'dedo' de Florentino Pérez, que pagou 77 milhões de euros por Zidane em 2002, que se tornou no mais caro de sempre. Seria destronado por Cristiano Ronaldo em 2009, com o Real a pagar 94 ME pelo português do Manchester United. No mesmo ano deu 67 milhões ao AC Milan por Kaká, para um domínio do mercado sem precedentes.

Apesar do crescimento evidente do Real Madrid, os emblemas italianos continuavam pujantes nos primeiros anos do século XXI, com várias contratações de renome que entraram logo no top-ten dos mais caros de sempre: A AS Roma pagou 36,15 milhões de euros pelo avançado italiano Gabriel Batistuta, Liliam Thuran trocou o Parma pela Juventus por 41,5 milhões de euros. A Juventus continuava a mostrar não ter problemas de dinheiro ao transformar Gianluigi Buffon no guarda-redes mais caro de sempre (52,88 ME), durante vários anos (até há dois anos, batido por Kepa no Chelsea no ano passado e Alisson no Liverpool há duas temporadas) e ainda pagou 38,7 ME para ter Nedved. A Lazio voltava a entrar em cena com 48 ME para contratar Mendieta ao Valência.

Após a depressão, a loucura: os jogadores de três dígitos de milhões

Após um período de depressão (entre 2002 e 2005), só em 2006 o mercado voltaria a agitar-se, com os emblemas ingleses em destaque: o Chelsea pagou 47 milhões de euros ao AC Milan por Shevchenko. Em 2008 foi o Manchester City a dar 46 ME ao Real Madrid pelo brasileiro Robinho.

Luís Figo e Cristiano Ronaldo durante um treino da Seleção Nacional em 2004 Luís Figo e Cristiano Ronaldo durante um treino da Seleção Nacional em 2004 créditos: AFP

Cristiano Ronaldo manteve-se no topo durante vários anos mas em 2013 foi ultrapassado por Gareth Bale, que custou 101 milhões de euros ao Real Madrid, e Neymar, por quem o Barcelona pagou 103 milhões de euros ao Santos, do Brasil. Em 2016 Paul Pogba saltou para a lista dos mais caros de sempre, com o seu regresso a Old Trafford a custar 105 milhões de euros ao Manchester United. Com o dinheiro de Pogba, a Juventus investiu 90 milhões de euros em Gonzalo Higuain.

No verão de 2017 o mercado voltou a ficar louco: o PSG dá 222 milhões de euros por Neymar e 180 ME (pagos no ano seguinte) por Mbappé, o Barcelona gasta 105 milhões de euros em Dembelé, O United reforça com Lukaku (84,7M€) e o Liverpool com Virgil Van Dijk (84,65M€).

No ano seguinte, Cristiano Ronaldo voltou a entrar na lista dos mais caros de sempre, quando a Juventus pagou 112 ME ao Real Madrid. O Barcelona aproveitou a 'boleia' e 'torrou' 120 milhões de euros em Coutinho.

Até ao final do fecho do mercado, muita coisa pode acontecer. Neymar e Pogba podem voltar a ser transaccionados por montantes elevados. Barcelona e Real Madrid são os destinos prováveis.

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