www.publico.ptpublico.pt - 22 jul. 19:24

Voo directo entre Portugal e China é retomado em Agosto

Voo directo entre Portugal e China é retomado em Agosto

Ligação suspensa em 2018 regressa com nova rota. A cerimónia de lançamento de Lisboa-Xi’an-Pequim pela Beijing Capital Airlines decorreu hoje em Lisboa.

A rota directa Portugal-China, estreada em 2017 e suspensa em Outubro passado, vai ser retomada pela companhia Beijing Capital Airlines (BCA) no final de Agosto com três frequências semanais, foi hoje confirmado em cerimónia oficial de lançamento em Lisboa. 

O voo, que chegou a estar planeado para ser apenas entre a capital portuguesa e Xi'an, no noroeste da China, terá paragem nesta cidade mas continuará para Pequim, tal como desejava o Governo português, que, reconheceu na cerimónia Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, desenvolveu esforços diplomáticos para conseguir a capital chinesa como destino final. 

“Houve várias conversações” nesse sentido, sublinhou depois ao PÚBLICO Luís Araújo, Presidente do Turismo de Portugal, confiante na contribuição do regresso da rota luso-chinesa no contínuo crescimento do turismo chinês para Portugal, mercado que totalizou 315 mil visitantes em 2018 e que, refere, tem tido um crescimento médio de 25 pontos percentuais nos últimos três anos. Este ano, nos primeiros cinco meses, “teve um crescimento de 17,1%”. 

A nova rota não tem qualquer apoio, financeiro ou similar, do Estado português, confirmou Araújo, estando neste momento em estudo as campanhas que serão dirigidas à China e particularmente à província de Shaanxim, da qual Xi'an é capital e onde vivem mais de 37 milhões de pessoas, sendo que pelo seu aeroporto, um dos maiores e mais movimentados do país, passam mais de 44,65 milhões de passageiros. Neste momento, a campanha dirigida ao mercado chinês é digital e baseia-se no mote Joy of Life aplicado a Portugal.

PÚBLICO - Um dos ex-líbris da cidade: o Exército de Terracota Um dos ex-líbris da cidade: o Exército de Terracota THIERRY ROGE/Reuters PÚBLICO - A histórica Torre do Sino em Xi'an A histórica Torre do Sino em Xi'an THIERRY ROGE/REUTERS Fotogaleria THIERRY ROGE/Reuters

Pelo lado da China, o foco na província e na sua capital, especialmente célebre por ser a “casa” do monumental Exército de Terracota, foi omnipresente ao logo de toda a cerimónia de lançamento da rota, ao ponto de Pequim quase ter sido eclipsada da mensagem. Uma comitiva de representantes de autoridades da região esforçou-se por isso, reforçando duas ligações históricas entre Xi'an e Lisboa: a primeira era o início do caminho terrestre da velha Rota da Seda, a segunda, o destino por caminho marítimo – “onde a terra começa e o mar acaba” foi o slogan da cerimónia. 

Até porque a rota aérea que será agora retomada integra os planos multimilionários de investimento (no país e fora) da China sob o conceito “One Belt One Road” ("Uma Faixa, Uma Rota") – uma nova Rota da Seda para o séc. XXI, por terra, ar e mar – da qual Portugal é parceiro, tendo assinado um memorando de entendimento. “O acordo ‘One Belt One Rod’ só ficaria completo”, comentou Eurico Brilhante Dias, “com uma rota aérea” entre os dois países.

Ir à China ver o mundo a mudar

A “longa história de amizade” entre a China e Portugal foi também salientada por Choi Man Hin, presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses, no ano em que se celebram 40 anos de relações oficiais sino-portuguesas. Resumindo o retomar da rota como uma resposta às “necessidades do mercado, dos empresários e dos turistas”, este responsável considerou mesmo que Portugal pode tornar-se “a porta de entrada dos turistas chineses na Europa”. Pelo lado empresarial, a importância da rota é evidente apenas com um dado: em 2018, o investimento chinês em Portugal terá ultrapassado os 9 mil milhões de euros, um valor sublinhado pelo vice-presidente de marketing da BCA, Guo Hong – embora, por outro lado, dados recentemente divulgados pela agência Lusa, conseguidos junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, indiquem que o investimento chinês por via de atribuição de vistos gold terá recuado 28,5% (ficando-se em 120,7 milhões de euros) no primeiro semestre deste ano.

A partir de 30 de Agosto, Portugal e China passam assim a estar novamente ligados directamente por via aérea, com voos em Airbus A330 (com 252 lugares disponíveis) às quartas, sextas e domingos. A Beijing Capital Airlines não avançou expectativas face à taxa de ocupação mas, entre 2017 e 2018, esta variava entre 80 e 95%, em época baixa e alta, respectivamente. No primeiro ano de voos, a empresa registava mais de 80 mil passageiros nesta ligação.

A BCA faz parte do universo do grupo chinês HNA, que foi accionista do grupo proprietário da TAP mas alienou a sua posição em Março. 

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