rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 20 jul. 01:40

​Menu4All. Aplicação abre menus dos restaurantes aos cegos

​Menu4All. Aplicação abre menus dos restaurantes aos cegos

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) desenvolveu uma aplicação pioneira para cegos, acederem de forma autónoma e rápida aos menus dos restaurantes. A “app” vai ser disponibilizada muito em breve e vai ser possível inclusivamente ter acesso à disposição dos alimentos no prato. Menu4All, restauração acessível a todos, assim se chama o projeto, que alia um website a uma aplicação móvel.

O projecto Menu4All, restauração acessível a todos, foi sonhado por Adriano Costa, 53 anos, professor na Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH - Seia), que lançou a ideia a Filipe Caetano, 37 anos, docente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG - Guarda).

“É um projeto desenvolvido em parceria, uma aplicação para invisuais, para que de uma forma autónoma, possam ter acesso ao menu dos restaurantes, não utilizando ementas em braille, que são muito caras, e levantam questões de higiene ou até esperar que alguém dite a ementa. E assim de uma forma autónoma, pode decidir o prato que quer”, explica Adriano Costa.

O website Menu4All, onde os restaurantes podem fazer o registo, já está disponível. A aplicação estará muito em breve.

Filipe Caetano está habituado a fazer aplicações para invisuais, fruto da necessidade do próprio mercado e sempre em colaboração com a ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal.

Filipe é o responsável pelo desenvolvimento desta nova aplicação e respetivo portal web, “onde é necessário carregar as ementas, que por sua vez vão ser transmitidas ao smartphone e lidas pela aplicação.

O invisual pode fazer o download da aplicação e, uma vez chegado ao restaurante, basta abrir a aplicação. O próprio restaurante terá que configurar a rede wireless no portal criado pelo IPG”, explica Filipe, sublinhando que nas ementas há muita informação e apenas com toques no ecrã.

A aplicação Menu4All, restauração acessível a todos, começou a ser desenvolvida em 2017 e hoje é uma aplicação que vai a todos os pormenores.

“Saber qual a disposição dos alimentos no prato, se às 9h têm o arroz, se têm as batatas fritas ao meio-dia, isso para eles é fundamental, se o invisual pede bife com batatas fritas, sabe onde está cada alimento no prato, e isso para um invisual é fabuloso, é uma grande mais valia desta aplicação” considera Adriano Costa, que reparou que esta era uma grande dificuldade.

Muito em breve, as pessoas com deficiência visual não vão precisar que alguém faça ditado do que está escrito no menu do restaurante.

Paulo Silva, 45 anos, chef da cantina da Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH - Seia), elogia a novidade. “Ninguém ainda tinha trabalhado esta lacuna, uma coisa é uma pessoa ver a ementa e outra é uma pessoa saber o que vai comer, como está disposto o prato, para nós é fácil que vemos”, destaca.

O projeto, desenvolvido pelo Instituto Politécnico da Guarda, teve o apoio da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, e da ARESP -Associação da Restauração e Similares de Portugal, e segundo o professor Adriano Costa, demonstra que “nestas instituições do interior, com duas escolas a trabalharem em parceria, se faz investigação que é reconhecida nacional e internacionalmente”, conclui.

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