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​"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão". Uma vitória brasileira em Cannes

​"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão". Uma vitória brasileira em Cannes

Realizador Karim Ainouz referiu-se na cerimónia à atual situação política no Brasil, agradecendo a atribuição do prémio, numa altura em que o seu país passa "por algo que é muito, muito, muito difícil, no que diz respeito à intolerância".

O filme "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", do realizador brasileiro Karim Ainouz, obteve o Prémio Un Certain Regard, no Festival de Cannes, anunciou esta sexta-feira o júri do programa, presidido pela cineasta libanesa Nadine Labaki.

Os realizadores espanhóis Oliver Laxe e Alberto Serra receberam, respetivamente, o Prémio do Júri e o Prémio Especial do Júri: Laxe pela longa-metragem "O que arde", retrato de um pirómano condenado, no regresso a casa, e Serra por "Liberté", filme de época, centrado num grupo de libertinos do século XVIII, expulsos de Versalhes por Luís XVI, pouco antes da Revolução Francesa.

"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", que adapta o romance de estreia da brasileira Martha Batalha, é "uma denúncia do patriarcado" com que o realizador procura homenagear a "vida invisível" das mulheres do seu país, segundo a apresentação da obra.

Na cerimónia, Karim Ainouz referiu-se à atual situação política no Brasil, agradecendo a atribuição do prémio, numa altura em que o seu país passa "por algo que é muito, muito, muito difícil, no que diz respeito à intolerância".

Ainouz é o realizador do documentário "Aeroporto Central THF", sobre refugiados que procuram asilo político na Alemanha, distinguido no ano passado no Festival de Berlim.

O prémio de Melhor Realização Un Certain Regard foi para o realizador russo Kantemir Balagov, por "Beanpole", e a distinção 'Coup de Coeur' foi entregue ‘ex aequo’ a "La femme de mon frère", de Monia Chokri, do Canadá, e "The climb", de Angelo Covino, dos Estados Unidos.

A italiana Chiara Mastroianni recebeu o prémio de interpretação pelo desempenho em "Chambre 212", de Christophe Honoré.

O filme "Jeanne", do francês Bruno Dumont, sobre Joana d'Arc, teve uma menção especial do júri.

O programa Un Certain Regard, que decorre em paralelo ao Festival de Cannes, dedicado a cinematografias mais inovadoras, é apresentado como a segunda secção competitiva mais importante durante o certame, foi criado em 1978 e inclui um prémio monetário de 30 mil euros.

Foi nesta secção que João Salaviza e Renée Nader Messora receberam o Prémio do Júri, no ano passado, com o filme "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos".

Nadine Labaki, que presidiu o júri, arrecadou no ano passado três prémios na secção oficial, com o drama "Cafarnaum", um filme sobre pobreza e miséria no Líbano.

Na sessão de entrega dos prémios, o diretor do festival, Thierry Frémaux, disse que o programa Un Certain Regard, com 18 filmes em competição, contava este ano com "nove obras-primas.

O festival termina no sábado, com a entrega dos prémios atribuídos pelo júri da competição oficial, presidido pelo cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu.

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