pplware.sapo.ptpplware.sapo.pt - 24 mai. 20:01

Terra 2.0: astrónomos dizem que há um planeta semelhante ao nosso

Terra 2.0: astrónomos dizem que há um planeta semelhante ao nosso

A Humanidade terá um dia de sair deste planeta para outro, segundo já afirmaram vários especialistas. Nesse modo, a busca por uma Terra 2.0 continua. Recentemente os astrónomos encontraram 18 exoplanetas que se enquadram na ampla categoria de planetas do tamanho da Terra.

A Humanidade terá um dia de sair deste planeta para outro, segundo já afirmaram vários especialistas. Contudo, a mudança será complicada se Marte for a opção, falta tudo. Nesse modo, a busca por uma Terra 2.0 continua. Os astrónomos encontraram mais de 4000 planetas noutros sistemas estelares, mas quase todos esses “exoplanetas” são massivos face à Terra. Surpreendentemente, esta semana foram descobertos 18 exoplanetas que se enquadram na ampla categoria de planetas do tamanho da Terra.

Pese o facto de estarem longe, a verdade é que esta descoberta é muito importante.

A Nova Terra pode existir, dizem os astrónomos

O candidato a um “gémeo da Terra” é o chamado EPIC 201497682.03. Este planeta reside em torno de uma estrela anã vermelha chamada EPIC 201497682. Contudo, este astro está a 831 anos-luz do nosso sistema solar entre as constelações de Leão e Virgem.

Além disso, o candidato ao nosso futuro planeta é 69% do tamanho da Terra. Este é o que se assemelha mais à nossa Terra, dos 18 exoplanetas encontrados pelos cientistas do Instituto Max Planck de Investigação do Sistema Solar (MPS).

Mas como podem ser descobertos estes planetas?

Antes de mais convém perceber o que é EPIC. Assim, esta sigra significa “Ecliptic Planet Input Catalog”. Por outras palavras, esta é uma lista de alvos que a missão K2 do Telescópio Espacial Kepler deveria observar. No entanto, EPIC 201497682 também é conhecido noutros catálogos de estrelas como UCAC4 453-051784, 2MASS J11154478 + 0029171, e Gaia DR2 3810098271767907840.

Dito isto, é igualmente importante perceber que esta “lista” contém imensas imgens. Provavelmente existem guardadas já imagens que escondem dados ainda por decifrar. Exemplo disso estão uns tais pequenos planetas agora descobertos.

Assim, os planetas pequenos são mais difíceis de monitorizar do que os grandes. Os caçadores de exoplanetas encontram os seus alvos detetando uma queda no brilho à medida que um planeta viaja (trânsitos) na frente da sua estrela hospedeira. No entanto, enquanto os planetas grandes causam quedas repentinas no brilho que são fáceis de perceber, os pequenos planetas causam uma mudança tão pequena no brilho que é difícil separá-lo das flutuações naturais de brilho da estrela.

Quando olhamos para a estrela agora vemos a luz que emergiu deste sistema cerca de 300 anos antes de Cristóvão Colombo chegar às Américas. É bastante convincente que fomos capazes de encontrar uma rocha um pouco maior que Marte em torno dessa estrela remota.

Referiu Rene Heller da MPS, primeiro autor do artigo.

Como foi possível encontrar estes novos exoplanetas?

Além do planeta “sub-terrestre” EPIC 201497682.03, os cientistas descobriram 17 outros planetas ligeiramente maiores que a Terra. Estas descobertas estavam nos dados do Telescópio Espacial Kepler. Contudo, somente foram descobertos após a utilização de um novo algoritmo de pesquisa, chamado de transit least-squares (em tradução livre: mínimos quadrados de trânsito) (TLS).

O nosso novo algoritmo ajuda a traçar um quadro mais realista da população de exoplanetas no espaço. O novo algoritmo procura um escurecimento gradual, não as quedas bruscas de brilho que os algoritmos geralmente procuram. Assim, isso torna o novo algoritmo de procura de trânsito significativamente mais sensível a planetas muito pequenos do tamanho da Terra. Este método constitui um avanço significativo, especialmente na pesquisa por planetas semelhantes à Terra.

Resumiu Michael Hippke, do Observatório de Sonneberg.

O que é o Telescópio Espacial Kepler?

Portanto, os astrónomos usaram dados do Telescópio Espacial Kepler da NASA como uma plataforma de testes para o novo algoritmo. Desta forma, na sua primeira fase de missão de 2009 a 2013, o Kepler registou as curvas de luz de mais de 100 000 estrelas, resultando na descoberta de mais de 2300 planetas.

Depois de um defeito técnico, o telescópio teve que ser usado num modo de observação alternativo, chamado de missão K2, mas ainda conseguiu seguir mais de 100 000 estrelas a mais no final da missão em 2018. Os astrónomos decidiram re-analisar todas 517 estrelas do K2 que já eram conhecidas por abrigarem pelo menos um planeta em trânsito.

Esses exoplanetas poderiam ser habitáveis?

Seguramente que não, isto porque a maioria desses astros é provavelmente muito quente. A maioria dos novos planetas detetados nos dados antigos orbita a sua estrela mais perto do que outros planetas conhecidos. Assim, as superfícies desses novos planetas, portanto, provavelmente têm temperaturas bem superiores a 100 ºC, enquanto algumas têm temperaturas até 1.000 ºC.

Com efeito, apenas um planeta, chamado EPIC 201238110.02, reside na “zona habitável”.

Tem 1,87 diâmetro da Terra em tamanho, por isso é mais uma super-Terra do que um gêmeo da Terra.

Refere o astrónomo Heller.

Além disso, a estrela anfitriã EPIC 201238110 está a 522 anos-luz de nós, também entre as constelações de Leão e Virgem.

O novo algoritmo pode ser usado para encontrar outras Terra 2.0?

Dada a taxa de descoberta de 3,5% de novos planetas em dados antigos, os investigadores acreditam que o seu método os ajudará a encontrar mais de 100 outros mundos do tamanho da Terra nos dados do Kepler.

Este novo método também é particularmente útil para preparar a próxima missão PLATO a ser lançada em 2026 pela Agência Espacial Européia.

Disse o professor Dr. Laurent Gizon, diretor administrativo do MPS.

Mas então o que é a missão PLATO?

Planeada para ser lançada em 2026, a missão PLATO (PLAnetary Transits and Oscillations of stars) reunirá o primeiro catálogo de planetas confirmado. Ao mesmo tempo, irá incluir planetas na zona habitável das suas estrelas hospedeiras.

Como resultado, a missão estudará centenas de planetas rochosos, gelados e gigantes e medirá com precisão os seus raios, massas e idades. Espera-se que revolucione a compreensão dos astrónomos sobre a formação de planetas e a evolução dos sistemas planetários.

Existe uma segunda Terra no Universo? É uma das questões mais interessantes da astrofísica hoje em dia.

Concluiu Johann-Dietrich Wörner, diretor geral da ESA.

O responsável da Agência Espacial Europeia referiu que o satélite PLATO, irá concentrar as atenções em planetas semelhantes à Terra.

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