expresso.ptexpresso.pt - 22 mai. 14:44

E ao décimo dia, o primeiro ataque do PS à esquerda das “ideias simples” e “perigosas”

E ao décimo dia, o primeiro ataque do PS à esquerda das “ideias simples” e “perigosas”

Depois das críticas de Bloco e PCP, Pedro Marques desafiou a esquerda a esclarecer a sua posição sobre o euro e a Europa

Seria um feito digno de registo se o PS conseguisse acabar estas europeias sem responder às críticas que à esquerda Bloco e PCP vão fazendo aos socialistas. Esta quarta-feira, ao décimo dia de campanha, Pedro Marques não resistiu e apontou diretamente aos parceiros de esquerda: querem falar sobre as contradições do PS na Europa? Então expliquem lá aos portugueses como se sai do Euro, desafiou o socialista.

Era a resposta direta de Pedro Marques a Marisa Matias, que esta manhã exigiu a António Costa que clarificasse a sua política de alianças na Europa. O l��der socialista (assim como o candidato) há muito que vêm defendendo uma aliança progressista entre socialistas, conservadores e liberais para travar o crescimento da extrema-direita na União Europeia. A cumplicidade recente entre António Costa e o Presidente francês, Emmanuel Macron, tem sido um flanco muito explorado sobretudo pelo Bloco de Esquerda, que tem, naturalmente, omitido o apoio também sinalizado pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a António Costa.

Para Pedro Marques, a quem as sondagens correm de feição e a campanha já se vai fazendo em passo lento, foi a oportunidade perfeita para marcar a distância em relação aos parceiros parlamentares. O socialista aproveitou um almoço-comício, no Barreiro, para exigir, ele próprio, uma clarificação à esquerda.

“Nós estamos coligados com a Europa. Somos Europa. Onde estão na saída do euro? Defendem mesmo a saída do euro? Sabem o que isso poderia representar para Portugal? Isso iria provocar a desvalorização das nossas pensões, dos nossos salários, a nacionalização dos nossos bancos. São ideias que parecem simples têm muito que lhe se diga e podem representar um grande perigo”, insistiu o socialista.

“A direita está a branquear a extrema-direita”

Antes, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna (mais um a juntar-se à campanha socialista num dia que contará ainda com Mário Centeno) já tinha afastado qualquer tipo de contradição entre as posições assumidas pelo PS em Portugal e as que o PS quer assumir em Bruxelas e Estrasburgo. E até a antes diabolizada Angela Merkel serviu para provar o ponto dos socialistas: “Temos estado do lado da solidariedade. Com Espanha, com França, com a Grécia, com a senhora Merkel, com todas as forças que sabem que a Europa é solidariedade no acolhimento de migrantes e refugiados”. Socialistas, liberais, extrema-esquerda e conservadores, enumerou Cabrita, também em resposta a Marisa Matias.

Num almoço com a cachupa e o vinho de Palmela como protagonistas, Eduardo Cabrita queria mesmo era malhar na direita, em particular no CDS. A mesma direita que “expulsou os vossos filhos, os mais qualificados, que tiveram de emigrar porque Passos Coelho e Paulo Portas os quiseram mandar embora”. A mesma direita, o mesmo CDS, reforçou Cabrita, que está agora “a branquear a extrema-direita” na Europa.

“Temos de perguntar se o que temos aqui, desta vez, é o CDS que já há vinte anos foi expulso do PPE e que agora parece novamente alinhado com a extrema direita europeia, com o Vox e com o senhor Órban da Hungria. A esse CDS temos de dizer ‘não’, porque é uma vergonha para Portugal”, atacou o socialista. “É essa a escolha que os portugueses têm de fazer: entre a Europa da solidariedade, que colhe migrantes e salva refugiados, contra a Europa da xenofobia e do racismo”.

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