expresso.ptPaula Santos - 22 mai. 19:52

Defender lá os interesses de cá

Defender lá os interesses de cá

Opinião de Paula Santos

Há muitas pessoas que não têm a perceção da importância das eleições para o Parlamento Europeu. Mas a verdade é que há muitas decisões tomadas ao nível da União Europeia que têm influência no nosso dia-a-dia, no plano dos direitos, do desenvolvimento económico e no investimento, na produção nacional e nos setores produtivos, nos serviços públicos e até no plano orçamental.

É fundamental que dos 21 deputados que Portugal elege para o Parlamento Europeu, haja mais deputados que defendam lá os nossos interesses, os interesses do nosso povo e do país.

Esta é aliás a decisão que os portugueses têm de tomar nestas eleições para o Parlamento Europeu, se pretendem eleger deputados que aceitam a submissão do nosso país às imposições da União Europeia, como os deputados do PS, PSD e CDS ou se pretendem eleger deputados que defendam no Parlamento Europeu os direitos dos trabalhadores e a soberania do nosso país.

Vale a pena cada um avaliar o trabalho realizado, as propostas e o posicionamento assumido e a partir daí tirar as suas conclusões e ver quem foi que ao longo do mandato priorizou a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país.

O posicionamento de PS, PSD e CDS não difere nas questões fundamentais. Estes três partidos estão de acordo com o tratado orçamental e com a ditadura do défice que impedem o desenvolvimento do nosso país, o investimento na produção nacional, nos transportes, na saúde, na educação, na habitação, na cultura.

Aceitam os constrangimentos do euro, do semestre europeu, do pacto de estabilidade e do visto prévio do orçamento, subalternizando os interesses nacionais aos objetivos da União Europeia.

Estão de acordo com as privatizações, as PPP e a liberalização dos mercados ao serviço dos interesses das empresas transnacionais.

Estão de acordo com o ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores, como ficou bem visível recentemente na aprovação de uma diretiva sobre a articulação entre a vida profissional e familiar que nivela por baixo os direitos de maternidade e paternidade, deixando claro o embuste que é o chamado pilar europeu dos direitos sociais.

Estão de acordo com o fim das quotas leiteiras, com os cortes na política agrícola comum, tal como estão de acordo com a transferência de recursos financeiros dos fundos de coesão e da PAC para a militarização e a defesa.

A intervenção dos deputados da CDU destaca-se pela intensidade e diversidade do trabalho realizado e pelo conteúdo das propostas. Um trabalho ímpar em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo no Parlamento Europeu. Estiveram na linha da frente na defesa dos direitos de trabalho e dos direitos sociais, no combate à precariedade e na valorização dos rendimentos; na defesa das pensões, da redução da idade da reforma e do carácter público da segurança social; no reforço do investimento público para pôr o país a produzir, na agricultura, nas pescas e na indústria e nas acessibilidades e transportes; na recuperação da nossa soberania, libertando o país da submissão às imposições e constrangimentos da União Europeia.

Nestas eleições há que fazer a opção, a opção de avançar e não andar para trás. Avançar na defesa e conquista de direitos como foi possível com a nossa intervenção e como são exemplo a reposição dos salários, as 35 horas na administração pública, a reposição dos feriados, o aumento das pensões, o descongelamento das carreiras, a gratuitidade dos manuais escolares, o alargamento do passe social intermodal, o reforço do abono de família e do abono pré-natal, ou o reforço dos direitos de maternidade e paternidade.

Façamos das eleições ao Parlamento Europeu mais uma jornada de luta de todos aqueles que defendem o desenvolvimento do país, o reforço dos direitos, a valorização dos salários e pensões, a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo.

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