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Kirchner sentou-se no banco dos réus pela primeira vez, mas mantém desafio a Macri

Kirchner sentou-se no banco dos réus pela primeira vez, mas mantém desafio a Macri

Centenas de apoiantes da ex-Presidente argentina concentraram-se perto do tribunal onde começou o julgamento por corrupção que a envolve.

O julgamento em que a ex-Presidente argentina Cristina Kirchner é acusada de envolvimento num caso de corrupção começou esta terça-feira em Buenos Aires. A antiga dirigente, que é candidata à vice-presidência nas eleições de Outubro, voltou a contar com forte apoio nas ruas e insiste que tudo não passa de uma “perseguição” movida pelos seus adversários políticos.

No curto caminho entre a sua casa no bairro da Recoleta e a sede do tribunal federal na avenida Comodoro Py, Kirchner, que actualmente é senadora, pôde constatar que o seu poder de mobilização popular permanece sólido. Centenas de pessoas saíram às ruas, com bandeiras e cartazes, para manifestar o seu apoio à ex-Presidente, num clima próprio de uma campanha eleitoral.

Poucas horas antes do início da primeira sessão do julgamento que se debruça sobre concessões de contratos de obras públicas durante os dois mandatos em que foi Presidente (2007 a 2015), Kirchner voltou a insistir na tese de que a acusação contra si é motivada politicamente.

“Daqui a algumas horas irá começar em Comodoro Py um julgamento ao qual nunca deveria comparecer. Trata-se de um novo acto de perseguição com um único objectivo: pôr uma ex-Presidente opositora a este Governo no banco dos réus em plena campanha presidencial”, escreveu Kirchner, na primeira de muitas mensagens publicadas através do Twitter.

O julgamento vai decorrer num ambiente altamente sensível. Em Outubro, a Argentina vai ter eleições presidenciais, às quais Kirchner concorre como vice do seu ex-chefe de gabinete, Alberto Fernández, contra o actual Presidente, Mauricio Macri, cada vez mais impopular devido à economia. É provável que uma sentença seja conhecida apenas depois das eleições, diz o El País.

Kirchner é suspeita em dez investigações por corrupção, das quais cinco irão a julgamento. Neste caso, os juízes vão tentar determinar se Kirchner e outros 12 réus participaram num esquema para conceder mais de 50 contratos públicos ao empreiteiro Lázaro Báez.

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