expresso.pt - 21 abr. 17:14
Dia da Terra celebra-se na segunda-feira, mas o número de animais caiu 40% desde 1970
Dia da Terra celebra-se na segunda-feira, mas o número de animais caiu 40% desde 1970
Estima-se que os seres humanos tenham um impacto relevante em 83% da superfície do planeta
O número de animais terrestres e marinhos teve uma queda de 40% desde 1970, revela a associação ambientalista ZERO, a propósito do Dia da Terra, que se celebra em todo o Mundo esta segunda-feira, dia 22 de abril.
A ZERO revela também que 40% das 11 mil espécies de aves estão em declínio, e que as populações animais nos ecossistemas de água doce reduziram-se em 75% desde 1970, o mesmo acontecendo em algumas regiões do mundo com as populações de insetos. E ainda que 25% dos recifes de coral já sofreram danos irreversíveis e 75% estão em risco de stresse às escalas local e global.
Estima-se que os seres humanos tenham um impacto relevante em 83% da superfície da Terra, o que afetou muitos ecossistemas e áreas em que as espécies selvagens existiam e prosperavam.
Precisamos de 1,5 planetas para suportar o modelo económicoNeste momento "necessitamos de cerca de 1,5 planetas para suportar o nosso modelo de produção e consumo, isto quando apenas uma parte da Humanidade faz uso dos recursos naturais", alerta a associação ambientalista. O Dia da Terra é celebrado a 22 de abril de cada ano desde 1970. Este ano o mote é "a necessidade de protegermos as nossas espécies".
Especificamente quanto a Portugal, a ZERO sublinha que embora esteja em curso um investimento sem precedentes "na eleboração ou revisão das listas e livros vermelhos para os vertebrados, invertebrados e para a flora, a verdade é que continuamos com limitações para efetuar a avaliação rigorosa do grau de ameaça que pende sobre as diversas espécies protegidas".
Por outro lado, Portugal continua sem uma cartografia dos habitats naturais e seminaturais "que possibilite a criação das zonas especiais de conservação", registando-se um atraso de mais de dez anos na elaboração de Planos de Gestão, o que leva "a uma situação de incumprimento generalizado dos compromissos assumidos pela União Europeia". E continuamos "com uma política pública sem objetivos estabelecidos para a conservação das espécies".