expresso.pt - 24 mar. 22:47
Marques Mendes: PSD “não foi muito feliz” no tema dos passes sociais
Marques Mendes: PSD “não foi muito feliz” no tema dos passes sociais
No seu espaço de comentário na SIC, Marques Mendes defendeu que a resposta ao programa de redução do custo dos passes do Governo não foi a mais correta: “goste-se ou não se goste do eleitoralismo da medida, não deixa de ser uma medida justa”
Luís Marques Mendes criticou este domingo na SIC a resposta do PSD à medida do Governo de redução do preço dos passes sociais. Para o comentador, "o PSD não foi muito feliz" e "mostrou que estava incomodado".
"Goste-se ou não se goste do eleitoralismo da medida, não deixa de ser uma medida justa", defendeu. Marques Mendes considerou que o que o PSD deveria ter feito era dizer que "apesar de ter um sentido eleitoralista, não deixa de ser uma boa medida", dar garantias de que, se for Governo, não reverterá a medida, e propor medidas para repor a desigualdade que esta medida traz para o interior do país, quando comparado com o litoral.
"Apesar do eleitoralismo da medida, não deixa de ser uma mudança justa e necessária que diminui as desigualdades, fomenta o uso do transporte público" e contribuiu para melhorias ambientais, referiu. Marques Mendes lembrou ainda que, para o rendimento médio das famílias portuguesas, "poupanças desta natureza são muito significativas". Entra em vigor já no mês de abril um novo preçário para os passes sociais, que passam a custar no máximo 40 euros. Para muitos utilizadores, as poupanças podem ultrapassar os 80 euros.
Ainda assim, o comentador criticou o facto de a medida, embora reduzindo as desigualdades sociais, aumentam a discrepância entre o litoral e o interior do país. "O resto do país paga - em impostos - mas recebe pouco", afirmou, recordando que em muitas regiões "nem transportes há" e que esse aspeto deveria ser acautelado "em próximos orçamentos".
Lei de Bases da Saúde é “folclore”Sobre a Lei de Bases da Saúde, o comentador criticou fortemente aquilo que classificou de "manobra tática" destinada a fazer face a um dossiê em que "o Governo está muito desgastado e em grande medida precisa da bênção da esquerda". "António Costa quer isto apenas para desviar as atenções", disse.
Para Marques Mendes, o país não precisa "para nada" de uma nova lei de bases e apenas se está a criar uma grande expectativa nas pessoas quando na prática "não muda nada". "É folclore, fica tudo no papel, não altera nada", quando o que existe é um problema gigante de necessidade de investimento que deveria justificar "um consenso alargado" entre partidos políticos para fazer face aos problemas do Serviço Nacional de Saúde, "uma conquista inestimável" do pós-25 de Abril.
Ainda sobre o tema das nomeações para o Governo de elementos com laços familiares entre si, Marques Mendes disse que o primeiro-ministro devia perder o hábito de "fazer tudo em circuito fechado", sendo o resultado que "António Costa ganha votos com os passes e perde com isto". Sobre a polémica em torno da nomeação da mulher de Pedro Nuno Santos, Ana Catarina Gamboa, admitiu que "em circunstâncias normais, não era caso", o problema está no contexto de "overdose" de nomeações de pessoas da mesma família para o Governo.
Adolfo Mesquita Nunes “é daquelas pessoas que faz bem qualquer cargo”Na opinião de Marques Mendes, a ida de Adolfo Mesquita Nunes, até agora vice-presidente do CDS-PP, para a administração da Galp nada tem de criticável. "Fez uma opção de vida. É perfeitamente legítimo", disse, considerando que esta escolha agora não compromete "coisíssima nenhuma" um regresso futuro à política.
Ainda assim, o comentar lamentou a decisão: "acho que ganhou a Galp e perdeu a política. É daquelas pessoas que faz bem qualquer cargo onde se envolve. É das pessoas com mais qualidade que há na vida política em Portugal".