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Orbán abre a porta ao regresso da campanha anti-União Europeia na Hungria

Orbán abre a porta ao regresso da campanha anti-União Europeia na Hungria

Primeiro-ministro húngaro faz novos ataques a Juncker e Timmermans. Depois de o seu partido, o Fidesz, ter sido suspenso do PPE, diz que pode procurar outras alianças no Parlamento Europeu.

O Governo de Viktor Orbán pode recomeçar a campanha contra as instituições europeias, sugeriu neste domingo o primeiro-ministro húngaro, de forma a impulsionar a campanha do partido no poder, o Fidesz, para as eleições europeias de 26 de Maio.

Na quarta-feira, o Partido Popular Europeu, o maior grupo no Parlamento Europeu, de centro-direita, suspendeu o Fidesz por violar os princípios europeus sobre o Estado de Direito. Oficialmente, porém, foi o Fidesz que se suspendeu.

Apesar de o partido e Orbán há muito terem sido advertidos para a possibilidade de serem expulsos, a decisão foi precipitada por uma campanha atacando o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em que este é classificado de pró-imigração e acusado de ser uma marioneta do milionário americano de origem húngara George Soros.

Orbán pôs fim à campanha e pediu desculpa aos membros do PPE, mas voltou ao tom combativo numa entrevista na rádio pública húngara neste domingo.

“As pessoas estão um bocado zangadas connosco em Bruxelas porque, no início da campanha para o Parlamento Europeu, fizemos uma campanha de informação na Hungria que no essencial expõe o que Bruxelas anda a fazer”, disse Orbán.

“Expusemo-los e, claro, ficaram zangados”.

O nacionalista Orbán chocou várias vezes com a UE devido à campanha anti-imigração do primeiro-ministro e por causa das suas reformas do sistema judicial.

“O nosso trabalho agora é continuar a informar as pessoas sobre o que Bruxelas anda a preparar”, disse o primeiro-ministro húngaro. “Não devemos recuar, não devemos ter medo porque o nosso oponente passa para a ofensiva e nos ataca devido à raiva das pessoas que estamos a expor”.

Questionado se estas palavras queriam dizer que o Governo vai retomar a sua campanha nos media contra a UE, um porta-voz do executivo de Budapeste disse: “As palavras do primeiro-ministro falam por si”.

Orbán subiu também o tom das críticas ao primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, o candidato dos socialistas europeus ao lugar que Juncker vai deixar depois das eleições de Maio.

Orbán considera o holandês um burocrata desligado da realidade e a viver numa “bolha”. Timmermans não é uma figura do agrado dos partidos nacionalistas do Leste da Europa.

“Ele perdeu a confiança do povo [holandês]. E entretanto chega a Budapeste e anda pelas capitais europeias a dar lições de democracia”, disse Orbán, falando do facto de o Governo holandês ter perdido na semana que passou a maioria no Senado.

“Os que são do tipo de Timmermans, que levam com os pés em casa, não devem ter posições em Bruxelas, porque isso enfraquece a cooperação na União Europeia”.

Orbán disse também que o resultado das eleições europeias determinará se o Fidesz permanece no PPE ou se procurará uma nova aliança no Parlamento Europeu.

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