www.dinheirovivo.ptPaulo Nunes de Almeida - 23 mar. 10:19

25 anos depois do Relatório Porter: o que ainda não aprendemos!

25 anos depois do Relatório Porter: o que ainda não aprendemos!

A 25 anos de distância, os resultados mostram que estes clusters, alguns rotulados “tradicionais”, souberam responder ao “Audito da competitividade”

Portugal celebra 25 anos do Relatório de Michael Porter, reputado estratega empresarial, que aplicou o seu modelo de vantagens competitivas à economia portuguesa, data que o Fórum para a Competitividade não deixou de assinalar, com o seminário “Crescimento da Economia Portuguesa – o deve e haver do Projeto Porter”.

Lembro-me bem deste Projeto, muito meritório, envolvendo dezenas de stakeholders, com vários grupos de trabalho, onde se incluíam empresas e associações empresariais, tendo a AEP participado.

O objetivo era promover um novo paradigma para a mudança, que permitisse aumentar a competitividade empresarial, suportada por políticas públicas horizontais ajustadas, definindo-se cinco áreas – Educação, Financiamento, Gestão Florestal, Capacidades de Gestão e Ciência e Tecnologia –, que se juntavam a seis clusters – Vinho, Turismo, Automóvel, Calçado, Malhas e Produtos de Madeira.

A 25 anos de distância, os resultados mostram que estes clusters, alguns rotulados “tradicionais”, e que prefiro apelidar “com tradição”, souberam bem responder ao “Audito da competitividade”. Graças às estratégias empresariais competitivas protagonizadas por empresários de grande valia, com o envolvimento das associações empresariais e do sistema científico e tecnológico, entre outros, que têm apoiado na inovação, capacitação e internacionalização crescente, temos hoje empresas mais desenvolvidas e sofisticadas, cuja qualidade dos produtos e serviços é reconhecida nos mercados internacionais.

E quanto ao papel do Estado no apoio à competitividade da economia portuguesa? Os fundos estruturais, co-financiados pelo erário público, foram determinantes, não o esqueçamos. Mas para além disso …

Vale a pena recordar algumas recomendações “O governo deve criar o ambiente certo, no qual as empresas possam competir e melhorar (…) adotar uma visão sistémica através da reforma da sua organização funcional e da sua própria reconfiguração em termos dos problemas relacionados com a competitividade”.

Foi aqui que o país falhou. Ao Estado, continua a faltar a reforma estrutural que permita melhorar a qualidade dos seus serviços e ambiente dos negócios da iniciativa privada, com políticas públicas que eliminem obstáculos ao investimento e promovam a competitividade do tecido empresarial. Nesta matéria aprendemos ainda muito pouco!

Paulo Nunes de Almeida, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP)

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