expresso.ptexpresso.pt - 18 mar. 15:17

Moçambique. Presidente diz que ciclone Idai pode ter feito mil mortos

Moçambique. Presidente diz que ciclone Idai pode ter feito mil mortos

O conselho de ministros de Moçambique reúne-se esta terça-feira na Cidade da Beira para “acompanhar e avaliar a situação” e os estragos da passagem do ciclone Idai. O Presidente da República Filipe Nyusi falou ao país e admite que poderá haver um milhar de mortos

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, disse esta segunda-feira que até já há registo de 84 mortos vítimas do ciclone Idai. Citado pelo jornal “O País”, Nyusi diz que “tudo indica que poderemos registar mais de 1000 óbitos”, adiantando que mais de 100 mil pessoas correm risco de vida.

“As águas do rio Pungué e Buzi transbordaram, fazendo desaparecer aldeias inteiras e isolando comunidades, e vê-se corpos a flutuar. Um verdadeiro desastre de grandes proporções”, afirmou numa comunicação ao povo de Moçambique a partir de Maputo.

A ponte sobre o Rio Buzi foi destruída, isolando os distritos de Búzi, Chibabava, Muanza, em Sofala, e o distrito de Mossurize, em Manica do resto do país.

Ajuda humanitária começa a chegar

Já aterrou na cidade da Beira um avião das Nações Unidas com 22 toneladas de biscoitos, “supernutritivos”. Esta quantidade dá para prestar ajudar de emergência nos próximos três dias a mais de 22 mil pessoas, de acordo com informações do Programa das Nações Unidas para a Alimentação, citado pelo jornal digital moçambicano “Canal Moz” .

Quatro toneladas (das 22) já seguiram as zonas isoladas (Nhamatanda). “As Nações Unidas alugaram inclusive um helicóptero de transporte MI-8 para conduzir operações aéreas de emergência em locais remotos inacessíveis por estrada”, refere o site de notícias moçambicano, acrescentando que o Programa Alimentar Mundial também financiou a contratação de 30 pilotos de barcos para transportar alimentos.

O Programa Alimentar Mundial planeia levar ajuda de emergência a 600 mil pessoas em Moçambique e 650 mil no Malawi, dois dos países fortemente devastados pela passagem do ciclone Idai.

A devastação provocada pelas cheias em Moçambique nesta época é recorrente, e a zona da Zambézia costuma ser a mais afetada. Em 2000, naquelas que foram consideradas como umas das mais graves cheias da região, uma mulher deu à luz numa árvore uma menina batizada como Rosita.

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O número de vítimas mortais devido à passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabwe e Malawi subiu para 200, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No Zimbabwe, o número provisório de mortos ascende a 64, em Moçambique a 73 e no Malawi a 56, segundo os governos locais, citados pela agência EFE.

O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, declarou o impacto do ciclone como estado de desastre.

No entanto, é expectável que estes números aumentem nos três países, onde 1,6 milhões de pessoas vivem em áreas afetadas pelo vento e chuvas fortes, de acordo com dados da UNICEF.
O ciclone atingiu a cidade da Beira, uma das maiores de Moçambique, na quinta-feira, tendo seguido depois para oeste, em direção ao Zimbabwe e ao Malawi, afetando mais alguns milhares de pessoas, em particular nas zonas orientais da fronteira com Moçambique.

Casas, escolas, empresas, hospitais e esquadras ficaram destruídas. Milhares de pessoas foram afetadas pelas inundações e abandonaram os seus pertences na busca de segurança em terrenos mais elevados.

Em Moçambique, a prioridade "é resgatar as pessoas que estão por cima das árvores, por cima das casas", nas zonas alagadas que cobrem quase toda a região, disse hoje Rita Almeida, dirigente do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), à televisão estatal.

As equipas montaram 28 centros de acolhimento na cidade da Beira e Dondo, as zonas mais afetadas, onde milhares de pessoas têm procurado abrigo e comida. A cidade da Beira, capital provincial de Sofala e uma das principais do país, está parcialmente destruída, continua sem eletricidade e comunicações e está desde sábado isolada por terra devido ao corte de vários troços da estrada nacional 6, alguns dos quais arrastados pelas correntes.

A via é a espinha dorsal do centro de Moçambique e liga o porto da Beira aos países do centro da África Austral, nomeadamente ao Zimbabwe.

A ONU e os seus parceiros humanitários em Moçambique pediram um levantamento de 40,8 milhões de dólares (cerca de 36 milhões de euros), a fim de fornecer ajuda urgente a este país, embora ainda não tenha sido possível estimar com exatidão os danos causados pela passagem do ciclone.

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