expresso.ptexpresso.pt - 19 fev. 13:05

Arábia Saudita oferece-se para mediar tensões entre Índia e Paquistão e “resolver as diferenças pacificamente”

Arábia Saudita oferece-se para mediar tensões entre Índia e Paquistão e “resolver as diferenças pacificamente”

Na semana passada, um ataque suicida na Caxemira administrada pela Índia matou pelo menos 40 polícias paramilitares. Em retaliação, Nova Deli prometeu isolar internacionalmente Islamabad. Aliados de longa data, o Paquistão e a Arábia Saudita também tentam reaproximar-se após um arrefecimento de relações nos últimos anos

A Arábia Saudita ofereceu-se esta segunda-feira para mediar as tensões entre a Índia e o Paquistão. Em digressão pela Ásia, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, chega esta terça-feira a Nova Deli depois de ter estado em Islamabad.

O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, disse que o objetivo é “tentar diminuir as tensões entre os dois países vizinhos e ver se há um caminho para resolver as diferenças pacificamente”.

Na semana passada, um ataque suicida na Caxemira administrada pela Índia matou pelo menos 40 polícias paramilitares. O bombista usou um veículo carregado com explosivos e fê-lo embater numa coluna militar. O ataque foi referido como o mais mortífero contra as forças indianas em Caxemira desde o início da insurgência na região em 1989. A Índia e o Paquistão reclamam a região de maioria muçulmana como sua mas cada país só controla partes.

Nova Deli reiterou que o líder do grupo paquistanês Jaish-e-Mohammad, que reivindicou o ataque, deve ser considerado terrorista pela ONU, enquanto Islamabad rejeitou quaisquer responsabilidades. Prometendo isolar internacionalmente o Paquistão, a Índia impôs uma série de sanções económicas, incluindo um aumento dos impostos alfandegários para 200%.

Investimento avultado e libertação de mais de dois mil presos

O Paquistão, que atravessa uma crise financeira grave, deverá recorrer em breve a um novo resgate do Fundo Monetário Internacional. No domingo, o príncipe herdeiro saudita anunciou a assinatura de memorandos de entendimento, no valor de 20 mil milhões de dólares (17,69 mil milhões de euros) em investimento, com Islamabad.

Depois de um pedido pessoal do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, a Arábia Saudita também comunicou que iria libertar 2107 prisioneiros paquistaneses. Os presos são, na sua maioria, trabalhadores migrantes que estão detidos com pouco ou nenhum recurso legal, uma questão delicada entre Riade e Islamabad.

O ministro paquistanês das Relações Exteriores, Shah Mahmood Qureshi, congratulou-se no Twitter com o anúncio da libertação dos presos, dizendo que casos semelhantes seriam reavaliados.

Ver Twitter

Em sinal de reconhecimento, Islamabad também concederá ao príncipe herdeiro saudita a sua mais alta distinção civil, a Ordem do Paquistão.

Khan foi um dos poucos dignitários estrangeiros a participar na conferência de investimento em Riade no ano passado. O assassínio do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, em outubro, provocou indignação internacional e levou ao cancelamento da presença de vários dirigentes no encontro. Na altura, o Paquistão apoiou publicamente o reino saudita.

Embora os dois países sejam aliados de longa data, as relações arrefeceram há quatro anos quando Islamabad recusou um pedido de ajuda de Riade no conflito no Iémen. A Arábia Saudita também tem sido acusada de financiar e disseminar ideologia islâmica extremista no Paquistão.

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