expresso.ptexpresso.pt - 19 fev. 11:51

Greve cirúrgica dos enfermeiros suspensa

Greve cirúrgica dos enfermeiros suspensa

A paralisação dos profissionais de enfermagem nos blocos operatórios foi suspensa. O fim da greve, que estava marcada até ao final do mês, abrange sete hospitais e é justificado pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros com a ameaça de procedimento disciplinar

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) decidiu esta terça-feira suspender a greve cirúrgica, marcada até ao último dia do mês. A decisão é justificada com a ameaça de procedimento disciplinar aos enfermeiros em protesto e abrange cinco centros hospitalares - São João, Porto, Entre Douro e Vouga, Gaia-Espinho, Tondela-Viseu - e dois hospitais: Braga e Garcia de Orta, em Almada.

Ao Expresso, a presidente da ASPE afirmou que a indicação para procedimento disciplinar aos enfermeiros grevistas saiu do gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido, já durante a noite e para entrar em vigor às primeiras horas desta terça-feira. "É impensável e uma falta de respeito. No Hospital de Santo António (Centro Hospitalar Universitário do Porto), alguns dos enfermeiros em greve receberam uma SMS às três da madrugada a informar que teriam falta injustificada se não se apresentassem de manhã. No meu hospital, Tondela-Viseu, a indicação para marcar faltas injustificadas chegou ao enfermeiro-chefe esta terça-feira às dez da manhã, mas para ter efeito logo desde as oito horas", afirma a dirigente sindical.

Na base das orientações da equipa de Marta Temido às administrações dos hospitais visados pelo protesto cirúrgico está o parecer complementar da Procuradoria-Geral da República (PGR) que considerou a greve ilegal, sobretudo pela forma como foi financiada. O parecer, que o Ministério deu a conhecer na sexta-feira numa conferência de imprensa marcada em cima da hora, foi publicado no Diário da República desta terça-feira.

Greve continua nos hospitais de Coimbra, Santa Maria e Setúbal

A paralisação dos profissionais de enfermagem continua, para já, nos centros hospitalares universitários de Coimbra e Lisboa Norte (onde se inclui o Santa Maria) e no Hospital de Setúbal. Nestas unidades, a greve foi convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Sindepor, que garante que o risco de atuação disciplinar pelas administrações hospitalares não tem fundamento. Aliás, no sítio do sindicato na Internet está já uma 'minuta de auto-defesa', que os enfermeiros podem preencher e entregar nas respetivas unidades hospitalares. Os dirigentes do Sindepor sublinham ainda que qualquer indicação dos gestores aos enfermeiros em greve tem de ser dada por escrito.

Entretanto, no próximo dia 8 de março haverá nova greve de enfermeiros, no caso, de todos. Será dia de uma Marcha Branca, organizada também pelo Movimento Nacional de Enfermeiros, o mentor da greve cirúrgica nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Notícia atualizada às 12h30

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