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Incerteza do Brexit fragiliza bolsas. Paládio imune a pessimismos, está em máximos históricos

Incerteza do Brexit fragiliza bolsas. Paládio imune a pessimismos, está em máximos históricos

As bolsas europeias negociaram generalizadamente em baixa na sessão desta quinta-feira, evidenciando-se a prudência dos investidores perante os receios em torno do Brexit e das novas ameaças de Trump na frente comercial. Em destaque pela positiva esteve o paládio, que negoceia em máximos de sempre.

Os mercados em números

PSI-20 somou 0,62% para 5.029,68 pontos

Stoxx 600 avançou 0,07% para 350,82 pontos

S&P 500 avança 0,16% para 2.620,19 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 3,2 pontos base para 1,757%

Euro cede 0,06% para 1,1385 dólares

Petróleo desvaloriza 0,86% para 60,79 dólares por barril em Londres

Bolsas no vermelho na generalidade da Europa

A Europa esteve hoje a ser pressionada pelo cenário de grande incerteza política no Reino Unido, depois de o acordo do Brexit ter sido chumbado por larga maioria, ao passo que a moção de censura à primeira-ministra britânica não avançou por uma reduzida margem de 19 votos. A agravar os receios dos investidores estão as notícias de que o presidente norte-americano, Donald Trump, estará inclinado a impôr tarifas ao setor automóvel europeu.

Enquanto isso, na Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras ultrapassou ontem a moção de confiança a que se tinha sujeito na sequência da demissão do seu ministro da Defesa. Com 151 votos favoráveis e 148 contra, o também líder do Syriza venceu mesmo à justa, já que se ficou pelo limiar mínimo que garantia a aprovação da moção de confiança. Se perdesse, abria-se via à convocação de eleições antecipadas. Contudo, a bolsa de Atenas perdeu terreno na sessão desta quinta-feira.

A bolsa nacional foi uma das excepções às quedas, com o PSI-20 a somar 0,62% para os 5.029,68 pontos, o que corresponde a máximos de dois meses. A sustentar o índice de referência nacional estiveram sobretudo a Jerónimo Martins, que somou quase 1,5%, e as cotadas do papel, em particular a Navigator – que disparou 4%.

No Velho Continente, outra das excepções foi o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, que conseguiu manter-se à tona com um avanço marginal de 0,07% para 350,82 pontos. O Stoxx 600 subiu apesar da queda dos índices europeus pelo facto de ser cotado em euros. Como cerca de um terço do cabaz diz respeito a ações do Reino Unido e o euro caiu hoje fortemente face à libra, o valor do cabaz em euros aumentou em função do efeito cambial, tendo levado o Stoxx 600 a fechar positivo.

Juros sobem na Europa com incerteza no Brexit

Os juros das dívidas públicas na área do euro evoluíram em alta ligeira esta quinta-feira, em especial devido ao crescendo de incerteza em torno do processo da saída britânica da União Europeia.


A taxa de juro associada às obrigações de dívida portuguesa a 10 anos subiu 3,2 pontos base para 1,757%. Já a "yield" correspondente às "bunds" alemãs a 10 anos subiu pelo segundo dia para o valor mais alto desde 11 de Janeiro ao avançar 1,9 pontos base para 0,243%, enquanto a taxa de juro dos títulos italianos no na mesma maturidade subiu 1 ponto base para 2,765%.

Nota ainda para a taxa de juro associada à dívida britânica a 10 anos que apesar de ter crescido 2,6 pontos base para 1,337% acabou por aliviar face ao máximo de 3 de Dezembro ontem atingido.

Euribor mantêm-se a 3 e 6 meses e caem a 12

As taxas Euribor mantiveram-se hoje em máximos de julho do ano passado a três e a seis meses. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se em -0,308%. Também a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos �� habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, permaneceu em -0,236%.

A 12 meses, a Euribor – que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em 5 de fevereiro de 2015 – desceu para -0,118% em relação a quarta-feira.

Dólar em máximos de uma semana

A nota verde está a negociar em alta face às principais congéneres, com o índice da Bloomberg para o dólar a atingir o valor mais alto desde 8 de Janeiro.

A contribuir para fortalecer a moeda norte-americana está sobretudo o franco suíço, que transacciona em mínimos deste ano face ao dólar, e o euro, que cede 0,06% para 1,1385 dólares. O franco suíço e a moeda única europeia estão a ser pressionados pela aposta na sua queda em detrimento do dólar.

Petróleo em queda com excesso de oferta no mercado

As cotações do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, penalizado essencialmente pelas dúvidas de que os cortes de produção anunciados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pelos seus aliados (como a Rússia), o chamado grupo OPEP +, possam ter efeito na subida dos preços. Isto devido sobretudo ao aumento da produção e dos stocks norte-americanos de crude, numa altura em que há menos procura à conta do abrandamento nas vendas de carros a nível mundial.

O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em fevereiro segue a recuar 1,41% para 51,57 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em março a cederem 0,86% para 60,79 dólares.

Paládio atinge novo máximo histórico

O paládio segue a sustentar os seus ganhos, depois de ter atingido pela primeira vez os 1.400 dólares por onça esta manhã. O metal precioso, essencialmente usado nos catalisadores automóveis, já acumula uma subida de mais de 65% desde meados de agosto passado. Esta escalada tem sido sobretudo alimentada por uma forte escassez de oferta imediata numa altura em que as fabricantes automóveis tentam obter mais paládio de modo a cumprirem os controlos mais rígidos em matéria de emissões poluentes.

Em dezembro passado, o paládio superou momentaneamente o valor do ouro (no mercado spot, para entrega imediata) mas agora já negoceia confortavelmente acima do metal amarelo, que está nos 1.291,91 dólares por onça. O paládio, por seu lado, segue neste momento a valer 1.394,10 dólares por onça, depois de já ter disparado hoje 5,4% para 1.439,29 dólares.


Mas por que motivo é agora o paládio mais valioso do que o ouro? Uma das razões prende-se com o facto de o ouro não estar a conseguir capitalizar o seu estatuto de valor-refúgio, com os investidores a desviarem mais as suas aplicações para a dívida norte-americana e para moedas consideradas mais seguras (como o dólar, o iene e o franco suíço) em tempos de incerteza nos mercados.

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