expresso.ptexpresso.pt - 17 jan. 16:15

Bombeiros, médicos e professores: os profissionais em que os portugueses mais confiam

Bombeiros, médicos e professores: os profissionais em que os portugueses mais confiam

Numa lista de 18 atividades e organizações, os políticos apresentam o índice de confiança mais baixo, revela um inquérito a propósito da nova edição do Global Teacher Prize

Entre a resposta “não confio nada” (zero pontos) e “confio totalmente” (10 pontos), os portugueses atribuem em média um 8,8 à classe profissional dos bombeiros, o que se traduz num elevadíssimo índice de confiança de 94%. Nas posições seguintes, com um resultado de 83%, surgem em ex-aequo médicos e professores.

Ou seja, bombeiros, médicos e professores são as três profissões em que os portugueses mais confiam, segundo o estudo feito pela GFK a propósito da iniciativa Global Teacher Prize, um prémio internacional que pretende distinguir professores de todo o mundo com desempenhos inovadores e que terá este ano a segunda edição nacional. Estas mesmas três atividades profissionais ocupavam os primeiros lugares do estudo internacional, realizado em 2016, também pela GFK, em 27 países.

De acordo com os resultados do inquérito, apresentados esta quinta-feira pela Fundação Galp, parceira do estudo e do prémio em Portugal, entre as profissões menos confiáveis estão os políticos. O índice de confiança é de apenas 18%. Seguem-se nos últimos lugares banqueiros (ainda assim a merecer o dobro da confiança) e sindicatos, com 48%.

Para o cálculo deste índice, os inquiridos tiveram de responder à pergunta “Qual o nível de confiança que tem nas pessoas com as seguintes profissões”, atribuindo um número entre zero (não confio nada) e 10 (confio totalmente). A média das respostas no caso dos professores foi de 7,5. A dos políticos ficou-se pelos 3,2.

Quanto ao índice de respeitabilidade, ou seja, o estatuto dos professores comparado com outras profissões, os portugueses colocam-nos em 5º lugar, atrás de bombeiros, médicos, militares e polícias.

No fundo, explica-se na apresentação do estudo, é como se os inquiridos estivessem a dizer que, pessoalmente, confiam nos professores. Mas entendem que a sociedade em geral não os respeita assim tanto. O índice de respeitabilidade é de 70%, mas a pontuação atribuída (zero para é uma profissão nada respeitada e 10 para muitíssimo) ficou nos 6,7.

Por oposição, os juízes são um grupo profissional menos cotado face aos professores (55% de índice de confiança), mas a ideia de respeitabilidade é maior: “eu não confio nos juízes, mas acho que a sociedade considera uma profissão respeitável”.

Voltando à questão da confiança, o estudo também permite saber quem acredita mais e menos nos professores. Há duas faixas etárias que sobressaem: entre os 20 e os 24 anos e os pais de crianças e jovens em idade escolar.

E que características são necessárias para se ser um bom professor? É preciso saber “motivar os alunos, mesmo que não se seja o maior especialista na matéria”, respondem 92% dos inquiridos. As competências científicas (“para se ser professor é preciso estudar muito”) são valorizadas por 76% e dois em cada três portugueses acreditam que a qualidade dos professores é “elevada”.

Apenas 1% queriam ser professores

A afirmação “os bons alunos não vão para professores, seguem outras profissões” recebeu uma pontuação média de 5,8, algures entre o não concordo nada e o concordo totalmente.

A esmagadora maioria (89%) dos inquiridos considera que é uma profissão “desgastante”. Ainda assim, dois terços dos pais de crianças até aos 18 anos disseram que não desencorajam os filhos a seguir a carreira docente. Entre os que mais apoiariam tal decisão encontram-se os pais do centro do país e de estatuto socioeconómico médio.

Só que entre o não desencorajar e o decidir seguir a carreira vai uma grande distância e 76% dos portugueses nunca ponderaram dar aulas. Considerando apenas os que têm habilitação superior, a percentagem cai para os 51%.

Mas os números acabam por ser ainda mais expressivos se à resposta “nunca pensei tornar-me professor” (76%), juntarmos aqueles que dizem “pensei em ser professor, mas mudei de opinião (13%) e “já fui professor” (5%), o valor de rejeição desta profissão sobe para 94%. Apenas 1% dos inquiridos disseram que o seu objetivo profissional era seguir a carreira docente.

Isto apesar de a grande maioria considerar que os professores foram importantes para a sua vida escolar (91%) e para a vida em geral (86%). A maioria também indica o professor primário como o mais importante na sua vida, mas este dado pode ser explicado pelo facto de uma percentagem significativa de portugueses se terem ficado pelos primeiros anos da escola.

Por disciplina, são os docentes de Matemática e de Português que mais frequentemente são destacados pelos portugueses.

Globalmente, 68% dos portugueses consideram que Portugal tem um bom sistema de ensino.

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