observador.ptobservador.pt - 17 jan. 17:12

Não resistiu ao frio. Planta de algodão que germinou no lado oculto da Lua morreu

Não resistiu ao frio. Planta de algodão que germinou no lado oculto da Lua morreu

Fazer nascer uma semente de algodão na lua era um feito difícil, já que as temperaturas na superfície lunar podem exceder os 100 graus Celsius, durante o dia, e 100 negativos, durante a noite.

A semente de algodão que esta semana brotou no lado oculto da Lua, num feito inédito alcançado pela uma missão espacial chinesa, morreu durante o início da noite lunar, quando a temperatura atinge 170 graus negativos.

A televisão estatal chinesa CGTN informou esta quinta-feira que as fotos difundidas na terça-feira, da semente a brotar, foram tiradas no domingo, antes de a nave entrar em modo de poupança de energia, durante a noite lunar, que equivale a 14 dias terrestres.

A sonda Chang’e 4, que é o nome da deusa chinesa da Lua, pousou na superfície lunar em 3 de janeiro e levou sementes de algodão, colza (uma planta usada no fabrico de óleos), batata, uma planta com flor muito usada em estudos genéticos (chamada Arabidopsis), ovos de mosca da fruta e algumas leveduras, visando criar uma “mini biosfera simples”, segundo a agência oficial Xinhua.

As imagens enviadas pelo Chang’e 4 mostravam uma semente de algodão a brotar, um feito difícil: as temperaturas na superfície lunar podem exceder os 100 graus Celsius, durante o dia, e 100 negativos, durante a noite, para além de maior radiação solar e uma gravidade menor do que na terra.

Segundo Xie, a experiência serviu para obter uma “imensa quantidade de informação valiosa”.

A ideia de levar à Lua material biológico foi selecionada entre 257 sugestões recolhidas, em 2016, entre estudantes universitários e de institutos chineses.

A Agência Nacional Espacial da China explicou que os organismos se decompõem gradualmente no recipiente em que foi realizada a experiência, e que não causarão nenhum dano ao ambiente lunar. As experiências estão a ser realizadas numa espécie de “estufa” espacial, um recipiente capaz de manter a temperatura entre um e 30 graus, permitindo a entrada de luz natural, água e nutrientes.

O fabrico do referido dispositivo, um cilindro de alumínio com 18 cm de altura e 16 de diâmetro, e que pesa três quilos, custou mais de 10 milhões de yuan (1,29 milhão de euros).

As primeiras plantas floriram no espaço há mais de 30 anos, quando a tripulação da estação espacial Saliut-7, pertencente à antiga União Soviética, cultivou a bordo algumas Arabidopsis, que atingiram um ciclo de vida de 40 dias.

Na estação russa Mir, entre 1996 e 1997, cultivou-se trigo, obtendo-se flores e sementes. Em 2016, a Estação Espacial Internacional conseguiu fazer brotar flores zínias.

A China anunciou na terça-feira a intenção de continuar a expandir o seu programa de exploração do espaço, com o objetivo de coletar amostras na Lua, durante este ano, e em Marte, em 2020.

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