observador.ptobservador.pt - 17 jan. 18:04

Angola registou a segunda maior quebra na produção petrolífera da OPEP em 2018

Angola registou a segunda maior quebra na produção petrolífera da OPEP em 2018

Angola registou uma diminuição de 7,7% na produção de petróleo em 2018. Entre os países que integram a OPEP, aquele que registou maior crescimento na produção diária foi a Arábia Saudita.

Angola registou a segunda maior quebra na produção petrolífera durante 2018, em termos percentuais, entre os 14 países que integram a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), segundo dados de um relatório divulgado esta quinta-feira pelo cartel.

De acordo com o documento, citando dados de fontes secundárias, Angola produziu, em média, 1,505 milhões de barris de petróleo de crude por dia em 2018, uma diminuição de 7,7% face aos 1,634 milhões de barris por dia em 2017.

Entre os 14 membros da OPEP, apenas a Venezuela registou uma maior variação negativa em 2018, com a redução de 29,9%, passando de 1,91 milhões de barris diários para 1,34 milhões de barris por dia. Em sentido inverso, a República do Congo registou o maior crescimento, em termos percentuais, com o aumento da produção em 66.000 barris diários, um crescimento de 26,2%.

Em termos nominais, o país com maior crescimento na produção diária foi a Arábia Saudita, que era já o maior produtor entre os que integram a OPEP, que em 2018 produziu mais 353.000 barris por dia que no ano anterior.

A produção petrolífera venezuelana, além de ter sido a que registou uma maior variação negativa em termos percentuais, foi também a que verificou uma maior redução em termos nominais, com menos 572.000 barris produzidos por dia.

O relatório da OPEP, mensal e que na edição de janeiro agrega os dados de produção de petróleo de 2018, consolida a posição de Angola enquanto segundo maior produtor em África, apenas atrás da Nigéria.

Segundo o documento, baseado em dados de fontes secundárias, Angola produziu 1,49 milhões de barris por dia em dezembro, menos 10.000 unidades que os 1,50 milhões por dia produzidos em novembro (o valor foi revisto em baixa face aos primeiros dados, que apontavam para uma produção diária de 1,521 milhões de barris).

A Nigéria, líder africana na produção petrolífera, viu a sua produção diária crescer em 11.000 barris de crude, alcançando os 1,750 milhões de barris por dia em dezembro, depois de uma revisão dos valores de novembro, que passaram de 1,736 milhões de barris por dia para 1,739 milhões de barris por dia.

Durante praticamente todo o ano de 2016 e até maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria. A produção naquele país foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 1 de janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

O último relatório da OPEP refere também que, em termos de “comunicações diretas” à organização, Angola terá produzido 1,445 milhões de barris de petróleo por dia em dezembro. Os números apresentados pela OPEP com base em dados de fontes secundárias contrariam assim as “comunicações diretas”, que apontam para um corte de 10.000 barris diários na produção angolana em dezembro, face a novembro.

Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas. Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças de Angola.

Entretanto, a OPEP acertou, em dezembro, em conjunto com outros produtores que não integram a organização, o corte na produção de petróleo. Os membros da OPEP acordaram cortar a produção em 800.000 barris de petróleo por dia, e a Rússia comprometeu-se a uma diminuição de 200.000 barris por dia, assim como outros países que não integram a organização. A medida pretende forçar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado petrolífero, tentando travar a descida de preços registada nos últimos meses.

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