sol.sapo.pt - 17 jan. 15:37
Inteligência artificial poderá custar um milhão de empregos até 2030
Inteligência artificial poderá custar um milhão de empregos até 2030
Mas apesar deste risco, o estudo da CIP chama a atenção para o aparecimento de novos empregos, resultado da tecnologia
A adoção da automação em Portugal pode levar à perda de 1,1 milhões de empregos na indústria e comércio até 2030. O alerta é feito pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), mas diz que vai criar outros empregos na saúde, assistência social, ciência, profissões técnicas e construção. “Portugal tem um relativamente alto potencial de automação, devido ao peso da indústria transformadora e às tarefas repetitivas registadas em diversos setores”, e aponta a transformação digital da sociedade e da economia nacionais como “uma enorme oportunidade”.
De acordo com o estudo da entidade liderada por António Saraiva está previsto que cerca de 50% do tempo despendido nas atuais atividades laborais poderão ser automatizado com as tecnologias atualmente existentes, “o que representa um elevado potencial de automação quando comparado com outros países”, lê-se no trabalho, segundo o qual “em 2030 essa percentagem de tempo crescerá para 67%”.
Num cenário em que cerca de 26% (do potencial total de 67%) do tempo de trabalho passa a ser automatizado, o estudo antecipa que podem vir a perder-se “o equivalente a 1,1 milhões de postos de trabalho até 2030, com maior incidência nos setores da indústria transformadora e do comércio”.
Em sentido inverso, “a adoção da automação e o inerente crescimento económico poderão criar entre 600 mil e 1,1 milhões de novos postos de trabalho até 2030, com especial incidência nos setores da saúde, assistência social, ciência, profissões técnicas e construção”.
Segundo as conclusões do trabalho, cerca de 1,8 milhões de trabalhadores “necessitarão de melhorar as suas competências ou mudar de emprego até 2030”, o que “coloca desafios significativos que exigirão um papel ativo tanto pelo governo e setor privado no processo de reconversão da força de trabalho”.
Mas apesar destes alertas, o estudo chama a atenção para o facto dos enormes desafios que, no curto prazo, o país terá de enfrentar e, como tal, a transformação digital da sociedade e da economia nacionais acabam por ser vistas como uma oportunidade. “Para que se minimizem os desafios decorrentes desta transição e para que se potenciam as imensas oportunidades impõe-se uma avaliação de novas políticas públicas e um eficaz plano de requalificação da sociedade, num esforço conjunto entre setor público, empresas e instituições de educação e formação”, conclui.