expresso.ptexpresso.pt - 16 jan. 09:49

Greve geral no Zimbabwe termina depois de morte de oito pessoas em protestos

Greve geral no Zimbabwe termina depois de morte de oito pessoas em protestos

De acordo com a Amnistia Internacional, oito pessoas morreram na segunda-feira, quando a polícia e o exército do Zimbabwe abriram fogo sobre a multidão

A greve geral de três dias convocada pela Conferedação Sindical do Zimbabwe chega ao fim esta quarta-feira, depois de confrontos entre manifestantes e forças de segurança terem provocado pelo menos oito mortos e dezenas de feridos.

A greve foi convocada pela confederação de sindicatos que considerou "uma loucura" o aumento do preço dos combustíveis anunciado pelo Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, no sábado.

Na noite de sábado, Emmerson Mnangagwa anunciou a multiplicação dos preços da gasolina em 2,5 vezes, na esperança de reduzir o consumo e os tráficos associados à desvalorização da moeda.

O anúncio de Mnangagwa colocou o Zimbabwe como o país com os combustíveis mais caros no mundo, de acordo com o portal GlobalPetrolPrices.

Atualmente, o preço médio de um litro de gasóleo cifra-se nos 3,11 dólares (cerca de 2,73 euros) e um de gasolina nos 3,33 dólares (cerca de 2,92 euros).

Segundo o mesmo portal, os combustíveis no Zimbabwe superaram assim o agora segundo valor mais alto, Hong Kong, cujo valor comercial de um litro de gasolina se negoceia por 2,04 dólares (cerca de 1,79 euros).

De acordo com a Amnistia Internacional (AI), oito pessoas morreram na segunda-feira, quando a polícia e o exército do Zimbabwe abriram fogo sobre a multidão, levando ainda a ferimentos em pelo menos outros 26 manifestantes.

Já nesta terça-feira, durante o segundo de três dias de greve geral, um helicóptero lançou gás lacrimogéneo contra manifestantes que bloquearam uma estrada e queimaram pneus, descontentes com o aumento de combustíveis conduzido pelo Governo.

Na televisão estatal, a ministra da Informação, Monica Mutsvangwa, considerou que as manifestações contra o Governo são comparáveis a "terrorismo" e afirmou que estavam "bem coordenadas" pela oposição.

A ministra pediu à população que regressasse ao trabalho, adiantando que as forças governamentais iriam garantir a sua segurança.

O acesso a plataformas sociais, como Facebook, Twitter e Whatsapp, foi limitado, empresas e escolas encerradas e transportes públicos suspensos, apesar das promessas do Governo que assegurava a segurança.

O Presidente zimbabueano está na Rússia, onde se reúne com representantes de vários países - incluindo o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, - em busca de empréstimos e investimento internacional.

Emmerson Mnangagwa, na liderança do Zimbabwe há um ano, desde a demissão de Robert Mugabe, estará no Fórum Económico Mundial, em Davos, Suíça, na próxima semana.

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