observador.ptobservador.pt - 15 jan. 20:52

A mobilização dos barões para apoiar Rui Rio na batalha do Porto

A mobilização dos barões para apoiar Rui Rio na batalha do Porto

Mota Amaral garantiu que estará no Porto para votar a favor de moção de confiança. Apoiantes de Rio esperam ainda presença de Balsemão, que tem Conselho de Estado nessa tarde, Ferreira Leite e Jardim.

É a luta mais antiga no PSD: o partido das bases versus o partido dos barões. Muitas vezes os lados confundem-se, mas, salvo algumas exceções, a maior parte dos históricos PSD está ao lado de Rui Rio na batalha pela sua sobrevivência à frente do partido. Entre ex-presidentes do partido, da Assembleia da República e dos governos regionais, há vários que estão do lado de Rui Rio. E muitos foram até mobilizados para irem votar a favor da moção de confiança no Conselho Nacional extraordinário que se realiza quinta-feira no Porto. Mota Amaral garantiu ao Observador que estará presente e os apoiantes de Rui Rio esperam que Francisco Pinto Balsemão — que tem reunião do Conselho de Estado nessa mesma tarde — e Manuela Ferreira Leite consigam marcar presença para ajudar o líder. Já Luís Filipe Menezes ainda não decidiu e Rui Machete, que é crítico de Rio, gostava de estar presente, mas não vai conseguir ir até ao Porto.

Mota Amaral é um voto certo com o qual Rui Rio pode contar. O antigo presidente da Assembleia da República concorda com o tipo de oposição que Rio tem feito, que “não se fica pela mera crítica partidária, de criticar tudo o que o Governo faz”, mas passa por uma “crítica seletiva” e eficaz. O antigo presidente do Governo Regional dos Açores — que revelou ao Observador que vai ao Porto votar a favor da moção de confiança ao líder (“o meu único problema é se o voo não chega a horas”) — diz que Rui Rio tem “sido constantemente alvo de sabotagem interna” e que “não faz sentido nenhum a convocação de eleições diretas“.

Os apoiantes de Rio esperam também contar com o apoio de Francisco Pinto Balsemão. O fundador do partido já tinha sido duro com Luís Montenegro ao considerar o desafio do antigo líder parlamentar como “um conteúdo um pouco melodramático, ou patético“. O Observador tentou o dia todo confirmar a presença de Balsemão junto da assessoria e do próprio, mas não obteve resposta antes da publicação do artigo. No entanto, Balsemão tem uma razão forte para não estar no Conselho Nacional ou para chegar atrasado: terá reunião do Conselho de Estado com o negociador-chefe do Brexit, Michel Barnier.

Chegou também a circular entre os apoiantes de Rui Rio que Luís Filipe Menezes iria ao Conselho Nacional votar a favor da moção de confiança ao líder. A acontecer, será um facto político em si mesmo, já que durante anos Rui Rio e Luís Filipe Menezes foram vistos como inimigos figadais. Em declarações ao Observador, o antigo presidente do PSD lembrou apenas que tem “lugar vitalício no Conselho Nacional” e que por isso pode “ir a todos os conselhos nacionais”. Quanto aos seus últimos posts no Facebook, entendidos como um apoio à posição de Rio, Menezes rejeita essa leitura: “São posts de uma pessoa neutral, que é o que eu sou. O que faço lá é dar conselhos a Rui Rio, se quiser ganhar, e dar conselhos a Luís Montenegro, se quiser ganhar”. Sobre a sua presença e o sentido de voto garante: “Ainda não decidi.”

Também a antiga líder Manuela Ferreira Leite — que se viu envolvida na polémica por ter dito que preferia um partido pequeno a um PSD de direita — é esperada do lado dos apoiantes de Rui Rio. Esta manhã o Observador questionou Manuela Ferreira Leite sobre se estaria presente, mas a antiga líder do PSD — após ouvir a pergunta — desligou o telefone no imediato e não voltou a atender as chamadas. Alberto João Jardim tem sido igualmente dado como certo por apoiantes de Rio, mas a assessoria do antigo presidente do governo regional disse ao Observador não estar em condições de confirmar a presença. Jardim é apoiante de Rui Rio.

Já o antigo vice-primeiro-ministro e antigo líder do PSD, Rui Machete, revelou ao Observador que gostaria de ir ao Conselho Nacional, mas não irá ao Porto, uma vez que já tinha “um compromisso previamente marcado” que é inadiável. Rui Machete diz que mantém a mesma posição das diretas, que “Rui Rio não é a melhor solução” para liderar o partido. Machete não revela qual seria o seu sentido de voto, mas diz que “é importante haver uma discussão, porque as coisas vão mal“. O antigo vice-primeiro-ministro deseja que “o presidente do partido aproveite esta situação para mudar o rumo” que tem seguido, embora não acredite que isso aconteça.

Os ex-líderes Luís Marques Mendes, Pedro Passos Coelho, Durão Barroso e Fernando Nogueira não devem marcar presença no Conselho Nacional. Quanto à antiga presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, tem andado afastada das lides partidárias, não é conhecida a sua posição nesta disputa, e também não se sabe se aparecerá no Porto.

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