www.dinheirovivo.ptRosália Amorim - 18 nov. 08:58

Ventos frios, ventos quentes

Ventos frios, ventos quentes

Do Reino Unido chegam ventos frios.Do hemisfério sul, pelo contrário, começam a sentir-se alguns ventos quentes.

Do Reino Unido chegam ventos frios, consequências de um processo mal conduzido deste a primeira hora, o Brexit. Os efeitos a que estamos a assistir, colocando em causa os próprios órgãos de soberania daquele reino, são preocupantes. E, pior, Portugal não ficará imune. O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem defendido que ninguém sairá a ganhar com o Brexit. Portugal poderá sofrer impactos negativos no crescimento, nas exportações e mesmo nos custos de financiamento da República.

Considerando o cenário de acordo de comércio bilateral entre o Reino Unido e a União Europeia após o Brexit, Portugal seria o sexto país da UE mais afetado (redução da produção de cerca de 0,2%) refere o estudo do FMI . Num cenário “de uma relação com base nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), Portugal seria o 12.º país mais afetado (redução da produção de 0,4%). Pior ainda serão efeitos nefastos nas economias da Irlanda, Holanda e Bélgica.

Caberá a cada um olhar o copo meio cheio ou meio vazio, mas o exercício não é nada fácil. Apesar dos riscos do Brexit, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vê o copo meio cheio e defende que poderão existir oportunidades no meio de toda esta turbulência, pois a CIP defende que “Portugal pode substituir outros países no relacionamento com o mercado Reino Unido no pós-Brexit, assumindo-se como um parceiro privilegiado daquela região”. No balanço final, vamos ver quanto nos vai custar toda esta instabilidade em terras se Sua Majestade. Para já só nos chegam ventos bem frios.

Do hemisfério sul, pelo contrário, começam a sentir-se alguns ventos quentes. O
Governo português aprovou esta semana, em reunião do Conselho de Ministros, a convenção entre Portugal e Angola para evitar a dupla tributação de impostos sobre o rendimento e prevenir a fraude e a evasão fiscal, na sequência do que já tinha sido aprovado na convenção entre os dois Estados, em setembro. Na próxima semana estará em Portugal o presidente de Angola, João Lourenço, para uma visita que passará por Lisboa e Porto. Do lado dos empresários portugueses há uma grande expectativa em relação a este ato oficial e a esperança de que seja o descongelar, de uma vez por todas, de uma relação económica e política que já viveu melhores dias.
Angola continua a ser um grande mercado para Portugal, com muitas oportunidades de investimento. Mas é preciso voltar a dizer ‘estamos juntos’, com sinceridade e vontade de fazer melhor de ora em diante. Mais do que olhar para trás, importa olhar para o futuro.

NewsItem [
pubDate=2018-11-18 09:58:04.0
, url=https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/ventos-frios-ventos-quentes/
, host=www.dinheirovivo.pt
, wordCount=415
, contentCount=1
, socialActionCount=1
, slug=2018_11_18_1853803675_ventos-frios-ventos-quentes
, topics=[opinião, economia]
, sections=[opiniao, economia]
, score=0.000000]