observador.ptobservador.pt - 18 nov. 22:19

Marques Mendes: Carlos César “divergiu deliberadamente” com António Costa

Marques Mendes: Carlos César “divergiu deliberadamente” com António Costa

O Conselheiro de Estado afirmou que a posição de Carlos César quanto ao IVA nas touradas foi "uma divergência assumida de forma deliberada" do socialista contra António Costa.

Marques Mendes acredita que Carlos César, ao divergir publicamente com o governo no caso do IVA da touradas, o fez “deliberadamente”. Razão? O “mal estar” criado pela “arrogância moral e intelectual da ministra da Cultura [Graça Fonseca]” ao dizer que “não baixava o IVA da tauromaquia por razões de civilização”.

O antigo presidente do PSD defendeu, no habitual espaço de comentário de domingo, no Jornal da Noite da SIC, que a afirmação de Graça Fonseca “gerou enormes anticorpos no PS e no seu grupo parlamentar”. Marques Mendes disse também que episódio é uma “revelação de algum mal-estar entre António Costa e Carlos César”.

Se não existisse algum mal-estar anterior, Carlos César não teria feito o desafio que fez ao Governo. E, se o tivesse feito, teria avisado previamente António Costa”, disse Marques Mendes.

“Nunca vi nenhum líder parlamentar que desafia o líder do partido, ainda por cima primeiro-ministro”, continuou o social-democrata. “Isto só é possível porque Carlos César tem um enorme peso político”, afirmou também. Segundo Marques Mendes, o primeiro-ministro recuou na decisão de acabar o IVA nas touradas: “Anteontem, tinha dito que estas matérias exigem disciplina de voto. Agora diz que há liberdade de voto. Ou seja: Carlos César exibiu o seu peso político para fazer um aviso a António Costa”.

A maior parte dos deputados estava convencido que aquela proposta era um acordo com o governo. Acho que foi um episódio mais sério do que parece”, disse Marques Mendes.

“Há um pequenino mau estar entre os dois”, disse. “No final é um episódio mau para todos. Mau para a ministra da Cultura que fica fragilizada. Mau para o governo que ficou desautorizado. Mau para o governo porque se abre um precedente”, continuou. O político afirmou ainda: “Ao que me dizem, a maior parte dos deputados vai votar ao lado de António Costa, e não de Carlos César. Se for assim, Carlos César também sai mal na fotografia”, concluiu.

O caso dos professores tem sido “um exercício de hipocrisia”

“A questão dos professores é um exercício de hipocrisia de um lado, e radicalismo de outro”, disse Marques Mendes sobre o caso da contagem das carreiras congeladas na educação. Para o antigo líder social-democrata, há “hipocrisia da parte do PCP e do BE”. Como explica, “dizem estar ao lado dos professores, mas têm um instrumento para bloquear, o Orçamento do Estado, mas não vão utilizar esse instrumento”.

O Bloco de Esquerda e o PCP vão aprovar o Orçamento do Estado sem resolver o problema dos professores”, afirma Marques Mendes.

“Acho que estão todos a usar os professores”, continuou por dizer o comentador. Criticando o governo, diz que este “podia ter tido um espírito muito maior de abertura”. Contudo, assume que os sindicatos também “se podiam ter sentado à mesa” para, em vez de se reconhecer os 9 anos de carreiras congeladas, tentarem conseguir “7 ou 6”.

Direção do PSD “está já a atirar a toalha ao chão”

Quanto aos resultados da última sondagem SIC/Expresso, em que o PS teria, segundo os dados, 41,8% dos dos votos em eleições legislativas, remetendo o PSD para os 26,8%, Marques Mendes foi muito crítico da reação da direção do partido.

Segundo o comentador, quer a reação de Rui Rio ao Expresso, quer a entrevista de José Silvano ao DN mostram que o partido está já a “atirar a toalha ao chão” e a encontrar um bode expiatório: “os críticos internos”.

Para Marques Mendes, apenas o facto de a sondagem estar a ser comentada pelo partido, é uma novidade que não abona a favor do PSD. Para o jurista, é inédito um partido antecipar “a 10 meses das eleições”, uma derrota.

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