expresso.sapo.ptexpresso.sapo.pt - 18 nov. 11:00

Disney revela estratégia para ingressar no mundo do streaming

Disney revela estratégia para ingressar no mundo do streaming

As linhas mestras da Disney para a distribuição ‘on demand’ foram dadas a conhecer e assentam em dois eixos distintos destinados a públicos-alvo diferentes. A força das marcas será dividida entre a futura plataforma digital a lançar dentro de um ano e a norte-americana Hulu, que vai saltar fronteiras e internacionalizar-se. A Netflix conta vir a ter um novo “grande concorrente”

O que era um esquiço, ganha forma e contornos. A partir do esboço já se vislumbra o desenho mais definido. A um ano e pouco, previsivelmente, de começar a mostrar os trunfos na contenda global do streaming, a Disney vai abrindo o jogo sobre a estratégia adotada para entrar com muito do que tem (e tem vindo a comprar) na disputa. Há dois grandes projetos de oferta em desenvolvimento e em paralelo: Disney+ e Hulu.

Na mais recente apresentação de contas, Bob Iger, CEO da Disney, deu por bom e fechado o nome definitivo da futura plataforma de televisão por internet: Disney+ (dir-se-á ‘plus’), inclusive já com logótipo e com um site em que surgem alinhadas algumas das marcas que hão de fazer parte do ‘bouquet’: Pixar, Marvel, Nat Geo e Star Wars. Em paralelo, Iger planeia dar uma nova vida à Hulu, a plataforma de streaming exclusivamente distribuída nos Estados Unidos, em que a Disney passará a deter uma quota de 60% assim que as formalidades da aquisição da Fox estejam concluídas, na próxima primavera. As produções televisivas da Fox Studios estarão disponíveis na Hulu. Iger pretende aliás que a Disney venha a deter 100% do capital social da plataforma, havendo vontade dos outros dois coproprietários venderem as suas quotas. A Comcast possui uma fatia de 30% e a AT&T uma de 10%.

A Hulu estará mais focada nos públicos-alvo jovens-adultos e adultos

A Hulu estará mais focada nos públicos-alvo jovens-adultos e adultos

FOTO D.R.

Por entre os serviços de streaming ao dispor dos norte-americanos, a Hulu ocupa o terceiro lugar das preferências com cerca de um quarto do número total de subscritores da Netflix (a primeira do top) e mais do que um terço que a Amazon Prime Video, detentora da segunda posição. Nos planos de Iger, antecipa-se igualmente a internacionalização da Hulu, pelo que está bom de ver, portanto, que a Disney pretende entrar na corrida com dois carros. A estratégia de oferta de conteúdos pretendida aposta na complementaridade entre a Disney+, mais ‘amigável’ e orientada à família, e a Hulu, mais focada nos públicos-alvo jovens-adultos e adultos.

Trocado por miúdos, e na sequência do que foi dito por Bob Iger, as produções originais no menu da futura Disney+ emergem a partir de marcas para audiências mais amplas e abrangentes. Da primeira lista de encomendas de títulos fazem parte, por exemplo, uma série ‘spin-off’ do personagem Loki da Marvel, bem como a prequela de Rogue One (“Star Wars”) e uma série ‘live-action’ (figuras de ação), “The Mandalorian”, igualmente a partir do universo da “Guerra das Estrelas”, e ainda o regresso de “High School Musical” e da nova serialização de “Monstros e Companhia” da Pixar. Para o carrinho da Hulu, foram referenciados títulos de outra estirpe e objetivamente dirigidos a outros públicos-alvo como Handmaid’s Tales ou Peaky Blinders.

“DISNEY+ SERÁ UM GRANDE CONCORRENTE”

A Disney+ tem “tanto conteúdo (como) a ‘Guerra das Estrelas’ e a Marvel, que será um grande concorrente. E isso vai levar-nos a fazer o melhor trabalho das nossas vidas”, antecipa Reed Hastings, CEO e cofundador da Netflix, em reação ao anúncio feito por Bob Iger. Assim como assim, Hastings sempre foi dizendo, nestas declarações à BBC, que a Netflix “concorre com a Amazon há mais de dez anos e, portanto, estamos habituados a competição forte e saudável. Isso faz-nos melhores”.

A Netflix tem 137 milhões de subscritores em todo o mundo, tendo conseguido angariar sete milhões no terceiro trimestre deste ano, superando a expectativa fixada nos cinco milhões. A força do fenomenal sucesso da plataforma depende de um investimento igualmente gigante, com uma dívida a longo-prazo na casa dos 7300 milhões de euros. Contrariando as vozes que duvidam da sustentabilidade do negócio, Hastings diz que a Netflix “continua a expandir-se globalmente e estamos a investir em conteúdo antes do retorno. E o que isso faz é atrair novos subscritores e é por isso que no mercado bolsista estamos 1000% acima nos últimos cinco anos, porque o investimento tem sido tão bem-sucedido”.

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