rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 18 nov. 20:29

Egito. ONG garante que há 40 pessoas detidas em local desconhecido

Egito. ONG garante que há 40 pessoas detidas em local desconhecido

Human Rights Watch exige às autoridades do país explicações sobre o paradeiro de dezenas de pessoas.

Pelo menos 40 pessoas próximas de uma ONG de defesa dos direitos humanos no Egito, detidas desde finais de outubro, permanecem em "locais desconhecidos", garante a Human Rights Watch (HRW), que apela às autoridades para revelarem o local de detenção.

Muitos dos que foram detidos forneciam um apoio jurídico e humanitário às famílias dos detidos políticos", que também estão desaparecidos desde a sua prisão, indica a ONG em comunicado.

A HRW afirma ter falado com "um advogado, um militante dos direitos humanos e dois militantes políticos que estão em contacto direto com as famílias das pessoas detidas" desde o final de outubro pela polícia ou pela Agência de Segurança Nacional (NSA) egípcias.

"A repressão dos serviços de segurança egípcios atinge agora (...) estas mulheres e estes homens corajosos que tentaram proteger os desaparecidos", sublinha Michael Page, diretor-adjunto para o Médio Oriente da HRW.

Uma das fontes consultadas pela HRW referiu-se a pelo menos 80 pessoas desaparecidas desde o final de outubro, mas apenas 40 puderam ser "verificadas" pela organização.

"As autoridades egípcias deverão revelar imediatamente o local de detenção dos prisioneiros, libertar todos os que foram detidos apenas por terem exercido dos seus direitos, e apresentar os restantes perante um juiz para que se pronuncie sobre a sua detenção", indica a ONG.

Na sua perspetiva, as pessoas detidas são próximas da Egyptian Coordination for Rights and Freedoms (ECRF), um grupo de defesa dos direitos humanos.

A HRW e outras organizações documentaram que as pessoas detidas e desaparecidas são mantidas habitualmente em instalações da NSA, onde são frequentemente torturadas.

No dia 1 de novembro, a ECRF anunciou a suspensão das suas atividades no Egito em resposta às "medidas repressivas" e "incomparáveis violações de direitos" que atingem homens ou mulheres de forma indiscriminada.

Em 2013, Mohamed Morsi, o presidente proveniente das fileiras da Irmandade Muçulmana e eleito um ano antes nas primeiras eleições livres no país, foi destituído pelo exército na sequência de manifestações contra o novo poder.

O novo dirigente do país, Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas durante a destituição de Morsi e Presidente desde 2014, desencadeou uma feroz repressão contra a Irmandade Muçulmana e apoiantes, que também acabou por atingir a oposição laica.

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