www.publico.ptpublico.pt - 13 nov. 20:10

CDS faz perguntas ao Governo sobre falta de anestesistas no Garcia de Orta

CDS faz perguntas ao Governo sobre falta de anestesistas no Garcia de Orta

Os deputados centristas pretendem que a nova ministra da Saúde confirme se falta capacidade para fazer cirurgias programadas, por falta de anestesistas, no Hospital Garcia de Orta.

O CDS-PP questionou nesta terça-feira o Governo sobre a falta de anestesistas no Hospital Garcia de Orta, em Almada, Setúbal, e as respostas do Ministério da Saúde, "com urgência", ao problema.

Na pergunta entregue no Parlamento, os deputados centristas pretendem que a nova ministra da Saúde confirme se a cirurgia de ambulatório no hospital está fechada há dois meses e se existe "o risco de um grande número de parturientes ter que ser transferido para Lisboa".

O CDS questionou ainda se se confirma "a falta de capacidade para fazer cirurgias programadas, por falta de anestesistas, no Hospital Garcia de Orta".

"O problema arrasta-se há alguns meses e já terá levado a administração do hospital a solicitar ao Governo um regime de excepção por não conseguir atender os doentes em lista de espera", lê-se no texto da pergunta, assinado pelos deputados Nuno Magalhães, Isabel Galriça Neto e Teresa Caeiro

O documento termina a perguntar quais as medidas que, "com urgência", o Governo prevê adoptar para resolver o problema no Garcia de Orta.

Hoje, o presidente do conselho de administração do Hospital Garcia de Orta revelou que perdeu cerca de 40% dos anestesistas nos últimos anos para o sector privado, o que tem afectado as cirurgias.

"Existe uma necessidade extrema de anestesia. De facto, o hospital perdeu nos últimos anos cerca de 40% dos recursos de anestesia. Perdeu estes recursos naturalmente porque não tem capacidade de competir com o sector privado para onde eles têm transitado de forma contínua e o ritmo de formação não tem sido suficiente para fazer face a estas substituições", avançou à agência Lusa Daniel Ferro.

Segundo o responsável, a falta de recursos humanos afecta a capacidade de realizar cirurgias e o segredo tem sido a "colaboração das pessoas, que se desdobram para fazer muitas vezes o trabalho de três ou quatro".

O principal problema, de acordo com o responsável, é a falta de regulação para impedir que um hospital público-privado faça recrutamento de anestesistas dos hospitais públicos.

A unidade hospitalar avançou, neste sentido, que perdeu 13 anestesistas nos últimos anos, o "mesmo número recrutado por dois hospitais público-privados da margem norte".

"É uma situação que conseguimos aguentar por um curto período de tempo, mas não num período dilatado e o apelo que nós temos feito é no sentido de esta situação ter resolução imediata", frisou o presidente do conselho de administração.

Daniel Ferro deixou, no entanto, uma palavra de tranquilidade para a população, afirmando que "nenhuma cirurgia urgente tem sido adiada ou não feita".

O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço visitou nesta terça-feira esta unidade hospitalar da margem sul para "conhecer in loco as queixas que têm surgido sobre o funcionamento da urgência e dos problemas de anestesia".

Em declarações à Lusa, o responsável referiu que a falta de anestesistas nas equipas de urgência faz com que haja "repercussão nas cirurgias electivas e em toda a produção cirúrgica de todas as especialidades que dependem da anestesia".

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