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Voluntários universitários apostam forte no combate à exclusão social

Voluntários universitários apostam forte no combate à exclusão social

Prémios de Voluntariado Universitário 2018 tiveram a maior adesão de sempre, mas a presidente do júri quer mais projetos e todo o país a concorrer

Foram 57 os projetos que se candidataram à 3.ª edição dos Prémios de Voluntariado Universitário (PVU), uma iniciativa do programa Santander Universidades em parceria com as diversas instituições de ensino superior suas parceiras. Os PVU 2018 apresentam, assim, um número recorde de participação, sendo que mais de metade das iniciativas voluntárias dos estudantes que se propuseram à conquista dos troféus versa sobre o combate à pobreza e à exclusão social. Os concorrentes vêm de praticamente todo o país – só quatro distritos viram os seus universitários “faltar à chamada” dos PVU –, que competem pelos 10.000 euros em prémios que estão em jogo. Os finalistas e vencedores serão conhecidos no dia 5 de dezembro.

“Uma coisa que me agrada muito, e ao júri também – dado o problema do nosso país e sendo hoje [17 de outubro] o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza –, é que 29% dos projetos focam-se na exclusão”, afirmou Cristina Louro, presidente do júri dos PVU, falando ao Dinheiro Vivo esta quarta-feira. “Isto é muito importante, porque ainda hoje se falou que não são só as pessoas desempregadas e aquelas que não estudam que são pobres : há muita gente, muitos jovens, que vivem em famílias pobres e, portanto, estão a estudar mas têm muitas dificuldades financeiras. Portanto, é muito interessante os voluntários universitários terem-se focado na inclusão”, reiterou a responsável.

Cristina Louro é socióloga e dedicou toda a sua carreira à área do voluntariado e assistência social em instituições nacionais e europeias, tendo sido vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (como voluntária) até 2017. A presidir ao júri dos PVU está desde o primeiro momento, logo quando estes foram lançados em 2016. Por isso, a responsável está especialmente habilitada para falar do voluntariado em Portugal e destes prémios, em particular.

Cristina Louro, presidente do júri dos PVU 2018, e os restantes jurados têm pouco mais de sete semanas para decidir os vencedores da 3.ª edição destes prémios.

Cristina Louro, presidente do júri dos PVU 2018, e os restantes jurados têm pouco mais de sete semanas para decidir os vencedores da 3.ª edição destes prémios.

“Das 57 candidaturas, 61% são projetos que já existem há mais de 1 ano e os outros são novas iniciativas”, disse Cristina Louro, continuando a sua análise. Logo a seguir à grande preponderância de projetos virados para a inclusão social, “19% das candidaturas focaram-se no voluntariado e 14% são projetos ligados à saúde”.

Este último campo de atividade é, também, para a responsável “muito meritório”, uma vez que estão a concurso muitos estudantes de escolas de Medicina do país. Quer isto dizer, no entender de Cristina Louro, a sensibilização para os problemas da saúde começam logo bem cedo, quando os futuros profissionais ainda são apenas estudantes.

Os PVU visam distinguir e apoiar o desenvolvimento das melhores práticas de voluntariado universitário a nível local e para qualquer tipo de público-alvo. Com esta iniciativa, o Banco Santander Portugal, através do seu programa Santander Universidades, “vem reforçar o seu papel na projeção das instituições de ensino superior na Sociedade Civil e nos compromissos sociais e ações de cidadania ativa dos jovens universitários”, como foi divulgado em comunicado. Precisamente para operar tal reforço, este ano foi lançada uma dinâmica campanha PVU, completamente pensada para e dirigida aos jovens universitários, que teve por lema “Deixa a tua tag”, no sentido de “deixa a tua marca” na sociedade civil. Mas a presidente do júri quer os PVU cheguem mais além.

Participação aquém das expectativas

Depois de um mês de ativa campanha, os PVU 2018 tiveram maior participação do que qualquer um das edições anteriores e só quatro distritos do país não viram estudantes seus candidatar-se aos troféus, mas os resultados ficaram aquém da meta que a presidente do júri dos PVU quer ver atingida. Em maio deste ano, quando esta 3.ª edição dos PVU foi lançada, Cristina Louro confessava ao DV ter esperança que se alcançassem este ano “o dobro das candidaturas”, ou seja, 100.

Mapa da distribuição geográfica das candidaturas aos PVU 2018. Fonte: Santander Universidades

Mapa da distribuição geográfica das candidaturas aos PVU 2018. Fonte: Santander Universidades

[Os números deste ano] “ficaram aquém do pretendido. Tenho a certeza de que, tal como eu, o júri e a administração do Santander gostariam que houvesse muito mais candidaturas”, afirmou Cristina Louro. “Mas recebemos um total de 57 candidaturas, o que representa um aumento, porque no ano passado foram 50”, sublinhou.

Apesar disso, a responsável está muito satisfeita com a maior dispersão geográfica dos candidatos, dado que essa foi uma das apostas feitas pela campanha dos prémios deste ano. O grande recordista de inscrições é o distrito do Porto, com 20 candidaturas, seguido, a grande distância, por Lisboa e Vila Real (clique no mapa ao lado), “o que é interessante, porque nós fizemos um grande apelo para que houvesse uma maior distribuição geográfica”, disse Cristina Louro referindo-se àquele último distrito. “É muito bom nós sentirmos que este nosso apelo de participação para o interior, para distritos como Viseu e Guarda, teve resposta, o que realmente é muito gratificante”, completou.

E se estes novos candidatos “derem depois a conhecer os resultados e os projetos, acredito que para o ano vai haver mais candidaturas ainda”, concluiu a responsável.

O júri tem agora perto de mês e meio para apreciar as mais de meia centena de candidaturas, já que os 10 finalistas e os vencedores serão anunciados no dia 5 de dezembro. “É um bocadinho apertado, mas com algum trabalho e boa vontade consegue-se – tem de haver algum método”, explicou Cristina Louro, revelando que a escolha nem sempre é fácil.

“Às vezes é difícil, entre 10 muito bons, escolher quatro. É sempre muito duro, porque uns são bons por isto, outros por aquilo, todos têm as suas características e temos de pensar bem para sermos honestos e justos na nossa decisão. Não é fácil, mas com boa vontade e com a sabedoria dos meus colegas do júri, que são pessoas que sabem muito, acho que vamos conseguir”, afirmou a presidente do júri.

Os Prémio de Voluntariado Universitário (PVU) é atribuído a três categorias principais. São elas o PVU Projeto, o PVU Comunidade e o PVU Ideia, que atribuirão 3.000 euros a cada um dos projetos vencedores, para ajudar ao seu desenvolvimento, além de mentoria estratégica. Ou seja, no caso das categorias principais, vai ser avaliado o tipo de problemas sociais que os projetos visam minorar (PVU Projeto), o grau de intervenção da comunidade e os parceiros que os estudantes procuraram envolver nos mesmos (PVU Comunidade) e o caráter inovador das ideias postas em prática (PVU Ideias).

Há ainda uma quarta categoria, o PVU Comunicação, que vai atribuir um prémio de 1.000 euros ao melhor vídeo de candidatura, que é, aliás, obrigatório para todos os concorrentes. Este ano, o Santander Universidades decidiu atribuir ainda, pela primeira vez, um Galardão de Honra “IES + Voluntária” à instituição de ensino superior que apresentar o maior número de candidaturas/projetos aos PVU. Basta agora esperar pouco mais de sete semanas para se saber quem serão os contemplados com os PVU 2018.

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