jn.pt - 14 out. 21:37
Premium: Centros comerciais: Novos templos de consumo e contemplação
Premium: Centros comerciais: Novos templos de consumo e contemplação
Em 1999, o Silo, no NorteShopping, era um dos poucos projetos ligados a um centro comercial destinados em permanência à arte.
Quase vinte anos depois, muita coisa mudou nos shoppings. Quem julgaria possível ver Roy Lichtenstein no Colombo, em Lisboa, ou uma exposição sobre David Bowie no Arrábida Shopping, em Gaia?
E as exposições são apenas uma das muitas componentes dos projetos sociais, culturais e artísticos que, os centros comerciais têm vindo a desenvolver. O paradigma mudou e o público gosta.
Joana Moura e Castro, diretora de marketing da Sonae Sierra, assevera que "os centros comerciais passaram a ser vistos, do ponto de vista do consumidor, como espaços que vão além do consumo. Daí que a vertente social e de lazer tenha assumido um papel muito relevante".
"O mercado já começa a colocar em causa o conceito de centro comercial. Há já toda uma vivência que tem ajudado à evolução do termo", confirma Filomena Conceição, do grupo Auchan. Surpreender, estimular novos interesses é o dominador comum.
Como sublinha Susana Santos, diretora de Comunicação do El Corte Inglès, "os espaços de comércio são, por excelência, espaços de intercâmbio, de troca de bens e não só, de conhecimento, de cultura, espaços de confronto com o novo, com novas ideias".
Conceito partilhado por Joana Moura e Castro, que sublinha que "os centros comerciais são muito mais relacionais e não vendem apenas produtos, vendem também a experiência de visita".
Neste sentido, também a Mundicenter, enquanto responsável pela gestão de oito centros comerciais em Portugal, como o Amoreiras, em Lisboa, ou o Braga Parque, tem vindo a desenvolver uma estratégia de dinamização e valorização da cultura, arte e design", como refere Margarida Romão, diretora de marketing do grupo.
O consumidor está mais atento e sente necessidade desta componente cultural. "Acaba por ser uma necessidade recíproca, por um lado, temos o consumidor a pedir cada vez mais que se trabalhe esta componente de lazer e fruição cultural, por outro temos as marcas a darem resposta a tudo isto" conclui Joana Moura e Castro, da Sonae.