www.publico.ptpublico.pt - 24 set. 13:17

Aldi, o adolescente que passou 49 dias à deriva pelo mar

Aldi, o adolescente que passou 49 dias à deriva pelo mar

O rapaz indonésio foi resgatado depois de semanas a flutuar na plataforma de madeira em que trabalhava e vivia. Já regressou a casa e está bem de saúde.

O indonésio Aldi Novem Adilang tem 19 anos e passou mais de um mês e meio à deriva no Pacífico a bordo da plataforma de pesca em que trabalhava (e onde vivia). Foi resgatado no final de Agosto por um cargueiro do Panamá ao largo de Guam, o território norte-americano que fica a 2500 quilómetros da cidade indonésia de Manado, onde o jovem trabalhava. Depois de viver momentos de desespero no mar, o adolescente regressou este mês a casa em Wori, a poucos quilómetros de Manado.

A função de Aldi na barraca de pesca flutuante (as chamadas rompongs, comuns na Indonésia) era manter as luzes acesas sobre o mar – uma estratégia que atrai os peixes que ficam então presos em armadilhas. A barraca onde o adolescente trabalhava desde os 16 anos ficava a flutuar a cerca de 125 quilómetros da costa. Todas as semanas, alguém da empresa para quem trabalhava ia até à plataforma flutuante recolher o pescado e entregar comida e água a Aldi.

Em meados de Julho, os ventos fortes que se fizeram sentir na região destruíram o ancoradouro da embarcação e Aldi ficou à deriva. Como tinha poucos mantimentos, o adolescente sobreviveu pescando peixe, queimando madeira da sua própria barraca para o cozinhar. Ia bebericando água filtrando-a nas suas roupas para minimizar a ingestão de sal, refere o jornal The Guardian.

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O adolescente pensou que ia morrer, contou ao jornal local TribunManado. Ponderou atirar-se ao oceano, mas agarrou-se ao conselho dos pais de rezar em tempos de adversidade; assim fez. O Consulado da Indonésia em Osaka (o jovem foi desembarcado no Japão) refere que passaram pelo menos dez embarcações por Aldi nos 49 dias em que andou perdido pelo oceano, até que o cargueiro do Panamá, MV Arpeggio, deu pela presença da barraca.

“De cada vez que ele via um grande navio, disse ele, ficava esperançoso, mas mais de dez barcos passaram por ele, nenhum o viu nem parou”, explicou o diplomata Fajar Firdaus, do Consulado da Indonésia em Osaka. “O capitão do navio que o resgatou disse que, quando o encontraram, Aldi estava tão débil que não conseguia levantar-se devido à fadiga extrema”, contou à agência Efe o diplomata indonésio. O jovem foi entretanto acompanhado por equipas médicas, e encontra-se em bom estado de saúde.

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