rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 19 set. 20:19

Migrações. Costa defende resposta conjunta da UE

Migrações. Costa defende resposta conjunta da UE

Governante português defende programa de desenvolvimento do continente africano, proteger as fronteiras externas do bloco comunitário, cumprir a "responsabilidade de acolher quem tem direito à proteção internacional", e repartir de "uma forma solidária o dever de acolhimento de quem busca na Europa a oportunidade de reconstruir a sua vida".

O primeiro-ministro, António Costa, alerta para a ineficácia dos nacionalismos na resolução da crise das migrações na União Europeia (UE), defendendo que só uma resposta conjunta dos 28 será suficiente.

À entrada para o jantar, que antecede a reunião informal dos chefes de Estado e de Governo de quinta-feira em Salzburgo (Áustria), o primeiro-ministro português considerou "essencial" o tema das migrações, que está na ordem de trabalhos dos líderes europeus desta noite.

"O tema das migrações é onde é manifesto que ou há uma resposta à escala europeia, ou todas as respostas são insuficientes. E é também aquele tema onde mais se manifesta a enorme contradição daqueles que têm uma abordagem nacionalista sobre o futuro da Europa. Esse nacionalismo é a impotência de resolver os problemas que só em conjunto podem ser resolvidos", sustentou.

António Costa reiterou que só em conjunto os Estados-membros e a UE podem ter um programa de desenvolvimento do continente africano, proteger as fronteiras externas do bloco comunitário, cumprir a "responsabilidade de acolher quem tem direito à proteção internacional", e repartir de "uma forma solidária o dever de acolhimento de quem busca na Europa a oportunidade de reconstruir a sua vida".

"O que é fundamental é que todos tenhamos uma abordagem pragmática, mas que não ceda no essencial, que são os valores. Quando a Europa ceder nos valores, perde-se a sua razão de existir e aquilo que a diferencia no conjunto do Mundo", reforçou.

Repetindo uma ideia de união que tem sido defendida insistentemente pelos líderes das instituições europeias, nomeadamente o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o primeiro-ministro português voltou a acenar com os valores europeus, dando como exemplo a decisão do Parlamento Europeu (PE) de recomendar ao Conselho a instauração de um procedimento disciplinar à Hungria por violação grave dos valores europeus.

"Esta discussão [das migrações] não é uma discussão sobre quem paga mais e quem recebe menos. É sobre aquilo que é fundamental: a dignidade da pessoa humana. Tem a ver com a forma como a UE continua a ser um exemplo a nível mundial de respeito pelo direito internacional, pela dignidade humana", lembrou.

Hoje à noite, os líderes europeus vão analisar, durante um jantar informal, organizado pelo chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, as propostas apresentadas no domínio das migrações pelo presidente da Comissão Europeia, no seu último discurso do "Estado da União", e avaliar os progressos realizados na redução de chegadas de migrantes irregulares e na cooperação com países terceiros.

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