expresso.sapo.pt - 19 set. 17:43
Aliança nasce com o dedo apontado a Marcelo: “Deve usar a popularidade para exigir as grandes reformas”
Aliança nasce com o dedo apontado a Marcelo: “Deve usar a popularidade para exigir as grandes reformas”
Um partido “low cost” mas “hight profile”. Pedro Santana Lopes lançou hoje a Aliança disposto a “criar bom ambiente” mas sem falas mansas. Diz que vê “muita conversa” mas pouca ação e vai “ser exigente com todos os orgãos de soberania, incluindo o Senhor Presidente da República”. O seu objetivo eleitoral são “dois dígitos”
Santana Lopes deu o pontapé de saída para a Aliança - o novo partido que formalizou nesta quarta-feira no Tribunal Constitucional, em Lisboa, através da entrega de mais de 12 mil assinaturas - com um sério aviso à classe política: contem com ele para "ser exigente com o Governo, mas com todos os orgãos de soberania em geral, incluindo o Senhor Presidente da República, que pode e deve usar a popularidade que tão bem conseguiu para ajudar a sociedade portuguesa a fazer as grandes reformas que há muito são necessárias".
O recado não ficou por aqui. "Vejo no dia a dia muita conversa mas é preciso criar condições para resolver os problemas concretos das pessoas", afirmou, apostado em "criar bom ambiente" mas sem falas mansas: "A Aliança nasce, não para ser ortodoxa nem para receber elogios dos arautos do sistema. Mas para fazer o que acredita que tem que ser feito de acordo com as suas convicções".
E quais são as convicções do ex-líder do PSD, agora líder do novo partido que se propõe "ajudar a engrossar o bloco de centro direita"? Que não basta falar de reformas do sistema eleitoral e da Justiça. "É preciso resolver os problemas das pessoas e as chagas sociais" que persistem no país, se necessário pondo um travão às cativações orçamentais do Estado "que hoje atingem dimensões dificilmente compreensíveis".
À porta do Tribunal Constitucional, onde chegou depois de descer a Rua do Século a pé e bem disposto - "hoje é um dia muito feliz" - Santana foi desfiando exemplos das chagas sociais que persistem na legislatura das esquerdas. "Quatro presos numa cela com uma única retrete? Pais que só recebem 65% de remuneração quando acompanham filhos em tratamentos oncológicos? Eu cheguei a elogiar o ministro Centeno mas estamos a ultrapassar limites, se há cativações também tem que haver capacidade para descativar quando é preciso", afirmou.
O caso da ala pediátrica do Hospital de S. João no Porto, "que até levou a uma intervenção do Senhor Presidente da República, ainda não está resolvido". Santana Lopes propõe-se agitar as águas: "A Aliança quer ajudar a resolver estes problemas". E o currículo de ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia dá jeito: "Para resolver os problemas é preciso conhecê-los". A ação social veio para ficar no léxico do novo partido.
[Notícia em atualização]