eco.pteco.pt - 19 set. 13:11

Bancos têm de avaliar melhor risco dos créditos às empresas

Bancos têm de avaliar melhor risco dos créditos às empresas

O presidente do EuroBic alerta para a importância da avaliação do risco e da informação como mecanismos de defesa dos bancos.

Teixeira dos Santos diz que foram tiradas lições da crise espoletada pela queda do Lehman Brothers, que agora completa um década. E o presidente do EuroBic acredita uma crise como essa não se repetirá. Mas para garantir que isso é verdade, alerta para a importância da avaliação do risco e da informação como mecanismos de defesa dos bancos.

Estamos em condições de garantir que a crise financeira espoletada pela queda do banco norte-americano não se vai repetir? “A possibilidade de isso [uma crise como a de 2008] ocorrer é bem mais reduzida, porque há mecanismos de prevenção mais apurados e de intervenção”, diz o ex-ministro das Finanças, a falar na 5.ª Edição do Fórum Desafios e Oportunidades em Coimbra, promovido pela instituição que preside.

Para garantir que não se repete mesmo, defende que é essencial os bancos fazerem uma boa avaliação dos riscos. E “há melhorias importantes a fazer na produção e disponibilização de informação ao nível das empresas, e o mais atempada possível”, afirma Fernando Teixeira dos Santos.

Os bancos “devem ter um papel importante em auxiliar a avaliar os riscos dos projetos, e exigir uma maior comparticipação das empresas“. Para o ex-ministro das Finanças, “a divida das empresas tem vindo a diminuir porque a partilha de capital próprio se tem vindo a reforçar”. “Se os empresários se mostram dispostos a pôr o dinheiro no seu projeto, isso dá confiança aos bancos”, explica.

"A divida das empresas tem vindo a diminuir porque a partilha de capital próprio se tem vindo a reforçar. Se os empresários se mostram dispostos a pôr o dinheiro no seu projeto, isso dá confiança aos bancos.”

Teixeira dos Santos

Presidente do EuroBic

Para o banqueiro, já se vive uma situação de maior equilíbrio. “A crise deixou-nos um legado muito grande”, que é a dívida. “Enquanto tivermos níveis de divida que ainda são elevados, será difícil termos uma estabilização”, mas “as coisas têm vindo a evoluir”, nota, relevando que os mecanismos de prevenção e de intervenção estão “mais apurados”.

Fernando Teixeira dos Santos conversa com António Costa, publisher do ECO. Paula Nunes/ECO

“O Banco Central Europeu ganhou uma projeção e influência decisiva, numa intervenção coordenada com a União Bancária”, diz o presidente do EuroBic. Para assegurar a estabilização e o reforço do sistema financeiro e a saúde das contas públicas, “temos de estar focados em continuar a criação da União Bancária“, remata.

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