www.sabado.ptFlash - 19 set. 09:00

Podia ser mais fácil

Podia ser mais fácil

Entre 9 de Julho e 10 de Agosto consultámos 377 processos, sendo necessário um pedido escrito para cada um. Há também um limite diário de consultas e não se pode usar computador, nem fotografar; tudo tem de ser escrito à mão. - Opinião , Sábado.

A transparência das instituições democráticas mede-se também pela disponibilidade e facilidade de acesso à informação sobre os que desempenham cargos públicos. Dessa forma cada eleitor pode, se o entender, fiscalizar o grau de independência de quem elegeu. Num estudo do Banco Mundial sobre a matéria, relativo a 2016, Portugal surge em 25º lugar, numa lista comandada pelo trio Noruega-Suécia-Finlândia e com Eritreia-Coreia do Norte e Turquemenistão no top negativo. Claro que a posição 25 numa lista de 194 é mais do que honrosa.

Mas tudo, até o honroso, é relativo. Os dados que constam do trabalho que publicamos a partir da página 36 foram obtidos pelo jornalista João Portugal no Tribunal Constitucional durante uma longa maratona, entre 9 de Julho e 10 de Agosto. Foram consultados 377 processos, sendo necessário um pedido escrito para cada um. Há também um limite diário e não se pode usar computador, nem fotografar; tudo tem de ser escrito à mão. Sim, no fim obtêm-se os dados. Mas tente fazer o mesmo sobre os deputados espanhóis, franceses ou ingleses, por exemplo. Estão ao alcance, para todos, de alguns cliques.


Escolas que começam do zero
Ao fazer a reportagem sobre escolas com métodos de ensino alternativos, a jornalista Beatriz Silva Pinto ficou impressionada com alguns momentos: por exemplo ver pais a entrar sem problemas nas instalações e ficar a conversar com as educadoras no recreio enquanto os filhos brincavam. Também ouviu de um miúdo de 8 anos um veredicto que se ajusta a todos os lugares que visitou: "Esta escola tem uma maneira diferente de aprender. Respeita-nos e ouve." Na reportagem que publicamos entre as páginas 72 e 77, veja como funcionam estas escolas que estão a esquecer quase tudo o que existe e a começar do zero.

"Nos entendemos en portuñol"

Antes de a entrevista começar, a subeditora Sara Capelo perguntou se poderia fazer as perguntas em português, que as respostas poderiam ser em espanhol. A irmã Maria José Gonzalez, responsável pelo departamento de advocacy na Cáritas venezuelana (divulgação dos projectos e promoção de contactos internacionais) respondeu de imediato que sim: "Nos entendemos en portuñol." A entrevista reveladora sobre a situação extrema na Venezuela lá se fez em portuñol (a irmã disse "segunda-feira" em vez de lunes ou "grávida" em vez de embarazada e a jornalista fez-lhe perguntas sobre "cifras" em vez de números e falou de "vacunas" em vez de vacinas). No fim, perguntou: "Entendemo-nos, no?" Concluíram as duas que sim. Pode ler das págs. 30 a 32. 



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