www.publico.ptpublico.pt - 19 jul. 17:58

Futebol. Espanha: Luis Enrique quer uma evolução, não uma revolução

Futebol. Espanha: Luis Enrique quer uma evolução, não uma revolução

O novo seleccionador espanhol tem como objectivo fazer com que a equipa pressione e defenda melhor.

Depois de um Campeonato do Mundo conturbado, com Julen Lopetegui a dizer adeus ao comando técnico a dois dias da estreia na competição e uma saída prematura da Rússia, a Espanha apresentou esta quinta-feira o seu novo seleccionador. Luis Enrique, que vai comandar os destinos de “La Roja” nos próximos dois anos, mostrou ao que veio: “Não creio que tenha que ser simpático. Vou fazer o meu trabalho da melhor maneira possível”. O técnico quer ter proximidade com os jogadores e com eles chegar a um consenso.

Quando Fernando Hierro substituiu Lopetegui no Mundial, uma das questões que se pôs foi se o estilo de jogo da selecção espanhola ia mudar. Com Luis Enrique, as alterações também não deverão ser profundas. “Pode-se fazer evoluir o estilo de jogo sem o alterar. Já o fiz num clube grande como o Barcelona. Vamos continuar com o mesmo estilo, que ninguém duvide, mas com algumas nuances: melhorar a pressão, defender melhor, criar mais ocasiões”, explicou em conferência de imprensa realizada em Madrid. Enrique pretende que a Espanha seja um clube no sentido em que tenha “automatismos”, e “não que se pareça um clube em concreto”.

Apesar de uma fraca campanha no Mundial de 2018, em que a Espanha caiu nos oitavos-de-final depois de perder nos penáltis com a Rússia, o novo seleccionador espanhol considerou que os seus dois antecessores fizeram “um trabalho estupendo” e voltou a lembrar os “blaugrana”. “A linha que separa o êxito do fracasso é muito fina e eles fizeram um trabalho excelente. Apesar dos jogadores e da equipa que temos, estamos há três competições sem ganhar nada e isso diz-te o quão difícil é ganhar o torneio [Mundial]. Passou-se algo parecido quando fomos para o Barça”, disse.

Luis Enrique quer promover uma “evolução, e não uma “revolução” na selecção. “Vem gente de trás a quem daremos confiança e estudaremos os casos um a um. Há que ser o mais justo possível com todos”, afirmou o técnico.

Quando questionado sobre o que é que o incomodou mais nas críticas de que foi alvo desde que foi anunciada a sua escolha como seleccionador espanhol, Luis Enrique foi contundente: “Não li nenhuma, por isso nada me incomoda. Não sou anti-madridista nem anti-nada. Quero representar da melhor maneira o futebol espanhol”. Nascido em Gijón, o novo seleccionador espanhol não quer “falar de nenhum tema político”. “Estou orgulhoso de ser o que sou, asturiano que vive na Catalunha, e estou orgulhoso de ser espanhol. E também me considero catalão”, fez notar.

Depois da retirada de Andrés Iniesta, Luis Enrique tem em mãos também o anunciado abandono de Gerard Piqué. “Temos de analisar os casos de maneira individual. Piqué demonstrou o seu rendimento e gostaria de contar com todos, mas há que estudar os casos e respeitar os sentimentos de cada jogador”, comentou, avançando que actualmente tem “uma lista de 70 nomes”.

Integrado na equipa de Luis Enrique está um psicólogo, porque o treinador considerou que “a cabeça é o mais importante”. “Joaquín Valdeñes é o único que trabalhou em todas as minhas experiências como técnico. É uma opção mais que damos aos jogadores. É só para melhorar o seu rendimento. Jamais ordenamos a alguém que vá ao psicólogo”, vincou.

Um dos temas quentes do Campeonato do Mundo foi o videoárbitro (VAR), que foi utilizado pela primeira vez na competição, e, a propósito, Luis Enrique descreveu-se como “pró-VAR”. “É uma arma perfeita, espectacular para ajudar a equipa de arbitragem. Vai ser uma arma que vai ajudar os jogadores. Haverá menos batota, menos agressões…”, enumerou.

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